Disseminação e prevenção da leptospirose em Cachoeira será pauta de encontro dia 26

A emissão pelo Departamento de Vigilância em Saúde, no dia 26 de maio, de um alerta epidemiológico sobre a confirmação de leptospirose em Cachoeira do Sul, motivou um evento que deverá reunir autoridades de saúde e comunidade em geral para discutir o tema. A promoção é da Secretaria Municipal da Saúde, através do DVS, e acontecerá no próximo dia 26, às 9h30min, no Auditório do Sicredi (Rua Saldanha Marinho, 825). A infecção pela bactéria (espiroqueta) do gênero Leptospira manifesta quadro febril de início abrupto e resulta da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados e as manifestações clínicas variam desde formas assintomáticas e subclínicas até quadros clínicos graves, associados a manifestações fulminantes.

Para abordar questões relevantes acerca da disseminação da doença e das ações preventivas que precisam mobilizar administração pública e sociedade, a palestrante convidada será a acadêmica de Medicina Veterinária e integrante da equipe do Laboratório de Diagnóstico e Pesquisa em Leptospirose (LabLepto) da UFSM, Clarissa Luciano Barboza, pesquisadora do tema desde 2019 com participação em vários projetos de pesquisa e extensão na área de diagnóstico sorológico e molecular. A leptospirose é um problema de saúde pública mundial, sendo endêmica em grande parte do mundo. Torna-se epidêmica em períodos chuvosos, devido às enchentes associadas a condições inadequadas de saneamento e alta infestação de roedores infectados. O evento é aberto à comunidade, com entrada franca, e tem como público-alvo profissionais da saúde, trabalhadores rurais estudantes.

CENÁRIO DA DOENÇA

Em Cachoeira do Sul, conforme explica o alerta epidemiológico do DVS, os casos de leptospirose em 2023 foram notificados a partir de fevereiro, tendo o mês de abril a concentração maior de casos suspeitos e confirmados. Até o momento, são nove laudos investigados no município, sendo quatro confirmados e cinco descartados. O quadro da doença este ano, comparado ao mesmo período de 2022 (até 30 de maio), significa a metade dos registros verificados naquele período: foram 18 casos notificados, três destes confirmados.

OS SINTOMAS E PREVENÇÃO

Deve se suspeitar de leptospirose quando o indivíduo apresentar quadro infeccioso febril, de início abrupto, cefaleia e mialgia, principalmente, dores nas panturrilhas, com exposição de risco a locais alagados ou com presença de roedores. Para evitar a doença, devem ser tomados cuidados de não acumular lixo em casa para evitar a proliferação de ratos, adotar o manuseio e transporte adequado dos resíduos domésticos, evitar amontoados de entulhos e objetos sem uso no quintal. Mas o primordial é evitar contato direto com a água ou lama durante e após a chuva, usar botas e luvas de borracha, equipamentos de proteção evitando contato com a água contaminada. Orienta-se lavar e desinfetar com água sanitária o chão, utensílios domésticos e caixas d água, não jogar lixo nos rios, córregos, praias e bueiros.