RS vive epidemia de HIV, aponta estudo

Uma pesquisa que mapeou o comportamento, as práticas e as atitudes da população em relação às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) em 56 municípios gaúchos aponta que o Rio Grande do Sul vive uma epidemia do vírus da imunodeficiência humana (HIV). Os dados populacionais coletados desde 2020 no Estado revelam que os casos de HIV têm prevalência em cidades da Região Metropolitana, o que significa uma transmissão sustentada da doença. O estudo também indica que os casos de sífilis apresentam taxas elevadas em todas as regiões, o que reforça a importância de ações de conscientização.

Ao detalhar os resultados do estudo Atitude, a epidemiologista Eliana Wendland, do Hospital Moinhos de Vento e que liderou o projeto, afirmou que os dados da Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População (PCAP) são alarmantes, mas servem para promover políticas públicas. A especialista alertou que os casos de HIV têm uma prevalência alta nas macrorregiões, mas com heterogeneidade maior. “A gente tem na Região Metropolitana uma prevalência acima de 1%, o que caracterizaria uma epidemia generalizada de HIV, ou seja, a gente tem uma transmissão sustentada desse agravo na população”, afirmou.

Eliana ressaltou que a sífilis apresenta prevalência muito alta em todas as macrorregiões do Estado. “Esses são os resultados principais que a gente tem dessa epidemia generalizada, ou seja, de transmissão sustentada de HIV na Região Metropolitana. E no caso da sífilis, a gente tem taxas muito elevadas em todas as regiões do estado, não é um problema só da Região Metropolitana, mas de todas as regiões do estado”, alertou.

Diante desse cenário, ela ressaltou que é preciso olhar com atenção para os resultados do estudo, o primeiro estudo realizado com sorologia no Brasil. “A principal lição que fica é que a gente vai ter que olhar para esses agravos de forma talvez um pouco diferente do que a gente vinha olhando até então, senão não vamos conseguir quebrar essa cadeia de transmissão da sífilis. A gente tem hoje números parecidos com o que nós tínhamos em 1950 e se nós olharmos para epidemia do HIV na Região Metropolitana, são os maiores números da América Latina”, acrescentou.

 

 

 

Fonte Correio do Povo