TJ/RS afirma que sistema de informática voltou ao normal e promete acelerar digitalização de processos

Após quase três meses e meio do ataque de kacker ocorrido em abril, os sistemas de informática do Judiciário gaúcho voltaram à normalidade. A informação foi repassada pela presidência do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul em entrevista coletiva nesta sexta-feira (13). A demora em restabelecer o sistema em sua plenitude atrasou o trâmite processual e gerou críticas por parte da Ordem dos Advogados do Brasil .

Conforme o tribunal, a tramitação de todos os processos, incluindo os físicos, está normal. Ainda não há prazo para volta à normalidade do funcionamento dos foros e do tribunal, que estão atendendo em horários restritos para operadores do Direito.

Na coletiva à imprensa, que ocorreu de forma virtual, o presidente do TJ-RS, desembargador Voltaire de Lima Moraes, também detalhou os procedimentos para acelerar a digitalização dos processos no Estado. O Judiciário gaúcho tem hoje mais de 5 milhões de processos, sendo física 60% de todas as ações que tramitam em 1º e 2º graus. Todos os novos processos, no entanto, já nascem digitalizados. Há cerca de 1,5 milhão de ações pré-cadastradas, prontas para serem digitalizadas e, além disso, há 2,3 milhões de processos aptos a digitalização.

_ Até então as administrações anteriores (do tribunal) não se preocupavam com a digitalização dos processos por uma questão muito simples: não havia pandemia(…). E diante da pandemia, nós tínhamos uma outra realidade e teríamos que tomar outras medidas, por isso tomamos a da digitalização_ destacou o presidente.

O presidente do TJ-RS afirmou que a virtualização dos processos físicos se iniciou em março de 2020, quando a pandemia começou, mas acabou suspensa após descumprimento de contrato da empresa contratada para o serviço. Explicou que novas empresas foram contratadas por regiões para realizar o trabalho.

O presidente do TJ-RS, desembargador Voltaire de Lima Moares, aproveitou para criticar o grande número de ações movidas no Rio Grande do Sul. Disse que Estado tem a chamada litigiosidade muito mais elevada que outras unidades da federação.

_ Quando a gente diz em encontros de presidentes de tribunais os números daqui, eu vejo que, às vezes, o pessoal fica rindo: mas é isso mesmo esse número? Eu digo: é esse mesmo. Não tenho dúvida nenhuma que é esse o número_ disse Voltaire.

Segundo o presidente, o tribunal tem incentivado cada vez mais os métodos autocompositivos.

_ Nós temos uma população de 11,5 milhões de habitantes no Estado e tramitam no Judiciário gaúcho mais de 5 milhões de processos(…). E estamos desde o ano de 2010 investindo nos métodos autocompositivos, na criação de centros judiciais de solução de conflitos e cidadania, que são locais onde nós atendemos o cidadão com qualquer tipo de demanda numa fase pré-processual para que possamos resolver aquela questão de uma maneira mais conciliatória_destacou a corregedora-geral da Justiça, desembargadora Vanderlei Teresinha Tremeia Kubiak, que disse ainda que quando ocorre a semana nacional de conciliação, os índices de acordos no Rio Grande do Sul são os mais baixos do país.

 

 

Fonte Gaúcha/ZH