Estado pode deixar com prefeitos decisão sobre reabertura de creches

Em função da polêmica gerada com a proposta de retomada do calendário de aulas presenciais no Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite levantou, nesta segunda-feira, a hipótese de deixar com os prefeitos a decisão sobre a retomada das atividades em creches e escolinhas do Ensino Infantil. A sugestão inicial é de que as atividades sejam reiniciadas, de forma escalonada, pelas crianças de zero a quatro anos, em 31 de agosto. Mesmo que uma pesquisa encomendada pela Famurs aponte rejeição de 93% dos prefeitos à volta às aulas em pré-escolas, Leite reitera que alternativa pode auxiliar pais e mães que já foram chamados a voltar ao trabalho.

Além de lembrar que os estabelecimentos terão de cumprir protocolos sanitários rígidos, o governador salienta que a reabertura de escolinhas pode evitar uma “quebradeira” para o setor privado e a consequente migração em massa de crianças para a rede publica.

“Pode vir a acontecer eventualmente de o estado levantar a restrição e deixar aos prefeitos que identifiquem se, em seu município, a Educação Infantil, que não é obrigatória, retornará ou não ou pela rede privada ou pública, enfim. A antecipação do debate sobre esse tema com os prefeitos foi no sentido de que eles possam estar suficientemente organizados, se for o caso de um retorno, porque nós não podemos avisar os prefeitos em uma semana de que na próxima haveria retorno”, respondeu.

Na próxima quarta-feira, integrantes do primeiro escalão do governo voltarão a se reunir com a Famurs para discutir o tema. Caso as creches sejam reabertas, protocolos terão de ser adotados, como redução de turmas e horários, com períodos alternados, além de reforço em ações de higiene.

Eduardo Leite se mostrou enfático ao frisar que essa possibilidade está em fase de “diálogo”. “Eu tenho quase que desenhar”, afirmou, ao refutar o entendimento de que a decisão já tenha sido tomada. Contudo, o governador adiantou que equipamentos vêm sendo adquiridos para que a retomada das atividades presenciais aconteça.

O governador também justificou que as discussões foram retomadas porque os indicadores estaduais sugerem uma certa estabilização dos casos da Covid em território gaúcho. No entanto, o mapa de Distanciamento Controlado, que manteve 14 das 21 regiões com a bandeira vermelha, configura o pior cenário desde que o modelo começou a ser adotado, em 10 de maio.

“O papel do estado é emitir um alerta. Embora tenhamos uma estabilização, nós paramos em um patamar alto de internações. Se tiver um nível de agravamento nas próximas semanas, não haverá oferta de novos leitos. O papel do estado é manter baixa essa velocidade de disseminação do vírus”, completou.

 

 

 

fonte Rádio Guaíba