Estado passa a ter mais dois geoparques oficialmente certificados pela Unesco. Um em Caçapava e outro na quarta colônia

A Unesco concedeu reconhecimento a dois geoparques situados no Rio Grande do Sul, durante uma conferência em Paris, na França, nesta quarta-feira. Com a certificação dos territórios de Caçapava do Sul, no Sudeste gaúcho, e da Quarta Colônia, na região Central, o estado agora detém o maior número de locais com essa titulação no Brasil.

O anúncio ocorreu sete meses após a visita de representantes da Unesco. Para obter o selo de qualidade que caracteriza um geoparque, o território deve atuar na perspectiva do desenvolvimento local sustentável, envolvendo as comunidades locais. Além disso, deve possuir importância científica, cultural, paisagística, geológica, arqueológica, paleontológica e histórica.

O Geoparque Quarta Colônia abrange nove municípios gaúchos próximos a Santa Maria: Agudo, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Ivorá, Nova Palma, Pinhal Grande, Restinga Seca, São João do Polêsine e Silveira Martins. O projeto é uma iniciativa da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

No caso de Caçapava do Sul, a cidade localizada no sudeste gaúcho é considerada a capital gaúcha da geodiversidade. Com mais de 30 geossítios catalogados, o município é conhecido pelas rochas antigas que abriga. O projeto Geoparque Caçapava é realizado em colaboração entre a UFSM, a Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e a prefeitura local, contando também com o apoio de comunidades, instituições e empresas.

Os geoparques gaúchos foram os únicos candidatos brasileiros deste ano e agora vão se juntar a outros três territórios do país que já possuíam a certificação: o Geoparque Araripe, no Ceará, o Geoparque Caminhos do Sul, localizado entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, e o Geoparque Seridó, no Rio Grande do Norte.

Os avaliadores da Unesco visitaram o território da Quarta Colônia em outubro do ano passado, onde foram apresentados os principais pontos relacionados à paleontologia, à cultura e ao patrimônio natural, como paisagens, cachoeiras e a mata atlântica. Já em Caçapava do Sul, a visita ocorreu em novembro, onde os avaliadores conheceram o Forte Dom Pedro II, a Pedra do Segredo e os geossítios Guaritas e Minas do Camaquã.

A coordenadora institucional do Projeto Geoparques na UFSM, Jaciele Sell, explica que os dois territórios reconhecidos passarão a compor uma rede mundial de geoparques, considerados patrimônios da humanidade. O próximo passo vai ser manter a certificação. A diretora lembra que cada geoparque passa por uma reavaliação a cada quatro anos.