Secretaria de Saúde lança alerta para surto de diarréia viral em Cachoeira

O setor de Vigilância Epidemiológica, do Departamento de Vigilância em Saúde municipal, ALERTA para ocorrência de atendimentos acima do padrão esperado nos estabelecimentos de saúde de casos de DDA (Doença Diarreica Aguda) de provável etiologia viral.

As DDAs são doenças gastrointestinais que têm como principal sintoma a diarreia. O aumento do número de evacuações pode, ou não, estar acompanhado de dor abdominal, náusea, vômito e febre. De maneira geral, os causadores envolvem uma ampla gama de micro-organismos patogênicos ou agentes não infecciosos.

Dentre estes destaca-se o Norovírus, que por sua alta infectividade, mundialmente provoca 685 milhões de casos/ano de gastrenterite aguda (200 milhões entre crianças), estando frequentemente associado a surtos em hospitais e outras instituições de saúde. Além dos estabelecimentos de saúde, os surtos costumam ocorrer em escolas, quartéis, navios de cruzeiro e resorts. A infecção por Norovírus é caracterizada por diarreia, vômito, febre, dor de cabeça e dor de estômago.

Desidratação e desequilíbrio eletrolítico são possíveis complicações. A gastroenterite se desenvolve de 12 a 48 horas após a exposição e a total recuperação geralmente ocorre entre 1 e 3 dias.

A forma mais comum de transmissão do Norovírus é de pessoa-pessoa seja de forma direta ou através de intermediários, quando as fezes ou o vômito contaminados com o patógeno contaminam a água ou alimentos (transmissão fecal-oral). Ainda, superfícies também contribuem para a propagação do patógeno, quando contaminadas com partículas virais oriundas de respingos de êmese, fezes ou por partículas virais em aerossol.

2. Situação Epidemiológica

A ocorrência de casos e surtos de DDA de etiologia viral é comum durante o ano todo e normalmente são identificados em estabelecimentos de ensino e outros. A vigilância de DDA tem como foco o monitoramento da ocorrência de casos de diarreia, com o objetivo identificar as possíveis causas deste aumento que podem estar relacionados a uma mesma origem podendo ser classificado como um surto. O levantamento do número de casos no município está sendo concluído, alguns surtos estão em investigação.

3. Prevenção e controle

Recomendações aos profissionais de Saúde:

a) Ao identificar um aumento de casos de DDA nos atendimentos médicos, nas Unidades Básicas de Saúde ou atendimentos particulares, atentar para possibilidade de ocorrência de surto – que pode ser caracterizado pela ocorrência de dois ou mais casos com vínculo epidemiológico entre si. O profissional deve entrar em contato com a Vigilância Epidemiológica do município e comunicar a situação.

b) Ao examinar pacientes com sintomas, manipular material de análise, secreções de doentes, reforçar o uso de EPIs, medidas de desinfecção do ambiente e higiene das mãos.

Recomendações à população em geral:

a) Para os indivíduos com sintomas de DDA é recomendado repouso e aumento na ingestão de líquidos para evitar a desidratação, principalmente em crianças e idosos. Em caso de sintomas graves, orienta-se procurar a unidade de saúde mais próxima.

b) Somente consumir água de fontes seguras (potável), tratadas, que tenham processo de desinfecção por cloro ou outra tecnologia. Além disso, em situações de emergência, recomenda-se fervê-la antes do consumo e antes do preparo de alimentos por no mínimo 5 minutos. A higienização das superfícies, equipamentos e utensílios utilizados no preparo e consumo de alimentos deve ser realizada com água tratada ou fervida. O gelo para consumo ou conservação de alimentos deve ser oriundo de água potável ou fervida.

c) Higienizar as mãos de forma adequada, lavando-as com água e sabão, principalmente após a utilização de banheiro, troca de fraldas, antes de preparar e manipular alimentos e antes das refeições;

d) Afastar as pessoas doentes das atividades de manipulação de alimentos e reforçar a higiene pessoal mesmo após o desaparecimento dos sintomas;

e) Realizar a limpeza da caixa d’água uma vez ao ano ou sempre que necessário.

f) Em se tratando do Norovírus, a utilização de álcool (líquido ou em gel) não é suficiente para a higienização das mãos e superfícies.