Defesa Civil traça perfil das palometas encontradas no Rio Jacuí

As notícias de que pescadores estavam encontrando peixes nativos (capturados em redes e espinhéis) atacados por predadores, chamou a atenção da comunidade. Logo em seguida se descobriu que o causador dos ataques eram de peixes da espécie palometas (Serrasalmus maculatus). A recorrência da captura desta espécie alertou a Defesa Civil de Cachoeira do Sul para acompanhamento e avaliação para o risco de um possível evento adverso causado por esse peixe.

Nesta quarta-feira, a equipe apresentou um relatório da ação de monitoramento das palometas no Rio Jacuí, apontando informações quantitativas sobre locais de maior incidência da palometa, tamanhos, iscas utilizadas e presença de ovas nas fêmeas.

O trabalho da Defesa Civil foi baseado em um questionário da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e traz gráficos que demonstram a presença da piranha na região. A área de estudo da Defesa Civil foi Cachoeira do Sul, mas é de conhecimento que a invasão das palometas é um problema que ocorre em outros locais do Estado.

De acordo com Cristiano Garcia, agente da Defesa Civil, o objetivo desta ação era realizar um acompanhamento junto aos pescadores no município, avaliando os dados obtidos quanto a possíveis danos e prejuízos para embasar uma avaliação do Executivo Municipal quanto a este evento adverso e informar aos órgãos de Proteção Ambiental a nível Estadual e Federal.

Notamos que a presença desta espécie invasora, com captura em pontos e recursos hídricos distintos, e já com maturação sexualse caracteriza por um dano ambiental que deverá ser avaliado e acompanhadopois pode levar futuramente a um desequilíbrio ambiental” explicou Cristiano.

Fepam informou que já montou um grupo de trabalho para monitoramento da presença de palometas no Rio Grande do Sul. A previsão é que o relatório da pesquisa, que terá embasamentos científicos, deve ser divulgado em meados de 2022.

Uma pergunta

É possível decretar situação de emergência em Cachoeira do Sul devido à presença de palometas no Rio Jacuí?

Não. De acordo com o coordenador da Defesa Civil, Edson das Neves Júnior, com base nos dados preliminares e prévia análise dos dados, não há dados que permitam a decretação de situação de emergência, uma vez que não está comprovada a existência de significativos danos humanos econômicos, que são determinantes para a homologação e o reconhecimento de situação de anormalidade.

O que mostra o relatório da Defesa Civil:

– 14 pontos mapeados com presença de palometas,

– 277 unidades capturadas,

– A maioria (104 unidades) foram encontradas no Arroio Vacacaí (próximo a localidade de Pertille), representando 37,54% delas,

– 163 exemplares foram capturados ao longo do Rio Jacuí, 58,84%

– A maioria das palometas foram capturadas a montante do Rio Jacuí (acima da Ponte do Fandango),

– 53,8% média entre 10 e 20 centímetros,

– 44,76% foram capturadas com rede,

– 204 palometas capturadas apresentavam ovas, o que representa 73,64%,

Fonte: Relatório da Defesa Civil

Quem participou da apresentação dos dados

– Ibama

– Fepam

– Emater

– Secretaria Municipal de Meio Ambiente

– Batalhão de Polícia Ambiental

– Colônia de Pescadores