Nova pesquisa da UFPel mostra desaceleração da infecção por Covid no Estado

A oitava fase da pesquisa Epicovid-RS, conduzida pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), indica que a prevalência da infecção continua crescente no Rio Grande do Sul, mas em ritmo desacelerado. Os resultados dessa etapa do estudo, divulgados nesta quinta-feira, mostra que existe um caso de coronavírus confirmado a cada 72 gaúchos. Na fase anterior era de um a cada 82 moradores do Estado.

O epidemiologista e reitor da universidade, Pedro Hallal, ressalta que há uma desaceleração da pandemia. “Não é que o coronavírus está diminuindo, mas está desacelerando no Estado”. O pesquisador também destacou que os resultados não refletem mais o total de pessoas que tiveram exposição ao vírus, mas sim de pessoas que tiveram exposição recente à Covid-19 ou uma exposição suficientemente grave para que ainda seja detectada através de testes.

O estudo estima que a proporção de pessoas com anticorpos para a Covid-19 seja de 1,38%, totalizando 156,7 mil habitantes com algum contato com o vírus. Para realizar o levantamento no último final de semana, os pesquisadores conduziram 4,5 mil testes rápidos e entrevistas em nove cidades gaúchas. Desse total, 62 tiveram resultado positivo. Mais uma vez Canoas liderou os novos diagnósticos positivos, com 19 casos.

Diante dos resultados, os resultados da pesquisa sugerem a ampliação da testagem RT-PCR e realização de busca ativa. Além disso, os agentes público devem prestar atenção no município de Canoas e região.

Aulas

Hallal alerta que “os números mostram que a epidemia está em desaceleração, o que não quer dizer que eu concorde com a retomada presencial às aulas. Pessoalmente, acredito que deveria ocorrer uma queda consistente nesses números de contaminações”, destacou o coordenador do estudo.

O pesquisador ressaltou que as atividades em sala de aula na UFPel serão retomadas somente em 2021. Na rede privada de Educação Infantil, o governo do Estado liberou a retomada das atividades presenciais desde a última terça-feira, nas regiões com vigência de bandeiras amarela e laranja.

“Lembrando que não se trata de uma obrigatoriedade ao retorno às aulas, mas do levantamento pelo governador da suspensão das atividades. Em relação à educação de crianças, os gestores locais, que conhecem suas realidades, podem observar a retomada ou não das aulas”, destacou Leany Lemos, do Comitê de Análise de Dados do Estado.