Ministério da Agricultura monta plano para acompanhar nuvem de gafanhotos

A ministra do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Teresa Cristina, informou que a pasta montou um plano para acompanhar a nuvem de gafanhotos que pode entrar na região Oeste do Rio Grande do Sul. Autoridades do governo da Argentina informaram que um extenso grupo dos insetos levantou voo na província de Corrientes e que pode atravessar a fronteira. As imagens dos insetos se espalharam pelas redes sociais.

Considerando a proximidade com a região fronteiriça do Brasil, o Mapa emitiu alerta para as Superintendências Federais de Agricultura, com vistas aos órgãos estaduais de Defesa Agropecuária para que sejam tomadas as medidas cabíveis de monitoramento e orientação aos agricultores da região, em especial no estado do Rio Grande do Sul, para a adoção eventual de medidas de controle da praga caso esta nuvem ingresse em território brasileiro.

Segundo a Coordenação-Geral de Proteção de Plantas do Mapa, as autoridades fitossanitárias brasileiras estão em permanente contato com os seus pares argentinos, bolivianos e paraguaios por meio do Grupo Técnico de Gafanhotos do Comitê de Sanidade Vegetal – COSAVE, o que tem permitido um acompanhamento do assunto em tempo real, com o objetivo de adotar as medidas cabíveis para minimizar os efeitos de um eventual surto da praga no Brasil.
Pelo Twitter, Teresa Cristina disse que o governo já monitora a situação. “Montamos já um plano de monitoramento, para acompanhar o deslocamento desses gafanhotos. A gente espera que ele não chegue ao Brasil, mas todas as ações que podem ser tomadas, já tem um grupo de acompanhamento e as ações que podem ser implementadas caso isso aconteça”, afirmou.

Em comunicado, o governo da província de Córdoba informou que, em um quilômetro quadrado de nuvem, pode haver cerca de 40 milhões de insetos, com capacidade de consumir em um dia o equivalente ao que duas mil vacas poderiam comer no mesmo período.

O Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa) emitiu o primeiro alerta em 11 de maio, após receber um aviso de seu homólogo paraguaio, o Serviço Nacional de Qualidade e Saúde de Plantas e Sementes (Senave), relatando uma manga voadora indo para o sul em direção à fronteira com a Argentina.

As equipes do Centro Regional Chaco Formosa de Senasa intensificaram as tarefas de vigilância e sensibilização na área de fronteira. A praga finalmente entrou em 21 de maio e, depois de passar alguns dias em Formosa, retornou ao Paraguai, para finalmente entrar novamente no território argentino em 28 de maio.

Conforme o Senasa, em um dia, o inseto pode viajar até 150 quilômetros e, por exemplo, atravessar de uma província para outra, ou mesmo de um país para outro em poucas horas.