Safra de inverno no Estado, terá a maior área em cinco anos, diz Emater

O resultado desfavorável na produção  de verão, acabou sendo um estímulo extra para produtores do Rio Grande do Sul apostarem nas lavouras de grãos de inverno. O primeiro levantamento de safra da Emater indica que o Estado terá 1,3 milhões de hectares cultivados no período, somando  aveia branca grãos, canola, cevada e trigo. É o maior espaço em cinco anos, considerando esses produtos. A expansão é puxada pelo trigo, que deve ter aumento de 20,34% sobre a safra passada, ficando em  915,71 mil hectares. Ainda assim, inferior a 1 milhão de hectares — a última vez que essa barreira foi rompida foi em 2014.

Nesta estimativa a projeção é feita com base em uma média histórica. São considerados 286 municípios nas 12 regionais da instituição. No trigo, as maiores áreas estão concentradas na Metade Norte, no entorno de Ijuí, Santa Rosa e Frederico Westphalen.  Diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri elenca dois fatores pontuais que contribuíram para o aumento de área em 2020:

— Produtores estão saindo de uma dificuldade trazida pela safra de verão. E cultura esta valorizadaneste momento.

Apesar dos ingredientes preço e estiagem, Rugeri avalia que o avanço também é reflexo de produtores que implantam um sistema de produção, baseado em planejamento, profissionalismo e gestão. Metade da ampliação pode ser creditada ao “impacto do momento” e metade aos agricultores sustentando a atividade com esse tripé.

— O Trigo é uma cultura para profissionais. A atividade deixa de lado quem não usa todas as ferramentas tecnológicas. Será uma safra bem plantada — reforça.

O meteorologista Flávio Varone acrescentou a perspectiva do tempo. Os prognósticos são de um inverno dentro da normalidade, o que significa chuva regular e frio.:

— No decorrer de maio, tivemos melhora significativa na reserva hídrica do Estado. Mais do que a chuva, o mês apresentou mudança de padrão. As condições de temperatura e chuva até o final do inverno são bastante favorável no Rio Grande do Sul.

Na primavera, há possível ocorrência de La Niña de fraca intensidade, determinando um pouco de redução das precipitações. Em outubro, tende a ficar mais seco, o que é positivo para a etapa do ciclo de inverno que as lavouras estarão.

Apesar da área maior , da previsão de tempo favorável e da aposta de investimento, os números iniciais apontam redução na produtividade (rendimento por hectare), passando de  3.005 quilos por hectare para 2.391. Segundo a Emater, como trata-se de uma média histórica, é uma referência de partida, podendo ser modificada mais adiante. O volume total produzido fica estimado, por ora, em 2,19 milhões de toneladas.

 

 

 

fonte Gaúcha/ZH