Prejuízos na soja devido a estiagem ultrapassam R$ 1 bilhão na região, diz Emater

Os prejuízos causados pela estiagem aumentaram e causam mais preocupação aos agricultores da Região Central. Nos 35 municípios do centro do Estado que recebem assistência da Emater, em termos de impacto financeiro, o setor da soja é o mais afetado e já contabiliza prejuízos que ultrapassam R$ 1 bilhão devido à falta de chuva, o que atingiu o desenvolvimento da cultura.

A soja tem uma área plantada de 975 mil hectares na Região Central e a expectativa era colher aproximadamente 3,2 mil quilos por hectare. Contudo, de acordo com o assistente técnico regional da Emater, Luis Fernando Oliveira, a produtividade da soja – que é o potencial de rendimento da cultura – já reduziu 28%.

A maior parte das lavouras de soja está em período reprodutivo em que a planta exige mais umidade e nutrientes. Os municípios mais atingidos com relação a perdas na cultura da soja são Júlio de Castilhos (queda de 55% na produtividade) e Cachoeira do Sul (queda de 41%).

— Temos uma situação que há bom tempo não vivíamos, há pelo menos sete safras. Tínhamos, até então, condições de chuva normais, com alguns anos, registrando, inclusive, volumes acima das médias. Para este ano, a situação de estiagem se estabeleceu de forma intermitente. A situação é preocupante pelo baixo volume e pela má distribuição da chuva — destacou Oliveira.

A cultura do milho também teve queda na produtividade. A redução foi de 44% em consideração ao que era esperado quando o grão foi plantado. A área plantada com milho na região é de 40 mil hectares. O prejuízo na cultura ultrapassa os R$ 83 milhões, segundo a Emater. Todos os municípios que tinham áreas plantadas com o grão foram prejudicados pela estiagem.

Já a cultura do arroz apresentou, até o momento, queda de cerca de 9% na produtividade. São R$ 79 milhões em prejuízos, segundo apontou o relatório desta semana da Emater. O assistente técnico da Emater ressalta ainda o impacto econômico que a estiagem causa aos agricultores:

— É um quadro triste porque compromete a rentabilidade das atividades. Na soja, que temos uma área de 975 mil hectares plantados, uma perda de 28% é a margem de lucro do produtor que já se foi. Falamos em dados médios, não temos como falar disso município por município, mas temos situações em que as lavouras foram completamente perdidas. Nos preocupa do ponto de vista financeiro, de manutenção das famílias na atividade. Uma perda neste patamar já comprometeu e vai exigir muito do agricultor para que ele consiga cumprir com seus compromissos financeiros.

As colheitas das três culturas começaram recentemente – a do arroz e da soja seguem até abril, já a do milho deve terminar em junho. A Emater realiza semanalmente balanços das culturas de verão para avaliar os danos causados pela falta de chuva.

 

 

fonte Gaúcha/ZH