“Não tem solução simpática para uma situação dramática“, diz governador sobre Reforma RS

Pela segunda vez como governador, Eduardo Leite foi o convidado especial, nesta quarta-feira (20/11), da reunião-almoço Tá na Mesa, um dos mais tradicionais eventos do meio empresarial, promovido pela Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul). Em março, Leite apresentou o diagnóstico do Executivo e as ações iniciais que pautariam o primeiro ano de gestão.

Desta vez, a palestra foi centrada na Reforma RS – conjunto de medidas já encaminhado à Assembleia Legislativa que busca pelo equilíbrio das finanças, enfrenta o crescimento da despesa de pessoal modernizando a legislação sobre carreiras dos servidores e aplicando, no Estado, as novas regras previdenciárias aprovadas no âmbito federal.

“Não tem solução simpática para uma situação dramática”, enfatizou o governador ao detalhar as medidas e relembrar o cenário fiscal. O Rio Grande do Sul convive há décadas com problemas financeiros. Sem arrecadar o suficiente para pagar todas suas contas e com as despesas crescendo sempre acima da inflação, o Estado vem gerando sucessivos déficits nas contas públicas.

“Ou fizemos agora (a reforma) ou, mais adiante, pode ficar inviável”, disse Leite

Ao mesmo tempo, a Previdência vive uma situação alarmante, com um rombo que em 2019 passará de R$ 12 bilhões, configurando-se na pior situação per capita do país.

“Neste ano, 82% da despesa liquidada até agora está comprometida com pagamento de pessoal. O atraso dos salários dos servidores é apenas a face mais visível desse caos financeiro. Ao lado disso, a capacidade de investimentos despenca ano após ano. Falta dinheiro para quitar a folha em dia, mas também falta dinheiro para atender as expectativas do cidadão, que paga altos impostos e não vê os recursos chegando para melhorar escolas, estradas, serviços de saúde e segurança. Os recursos estão sendo drenados para sustentar a máquina pública e nem isso conseguimos fazer. Os servidores acabam pagando dobrado, sem receber em dia e ainda pagando impostos majorados, afinal, também são cidadãos gaúchos. É por isso que uma reforma estruturante torna-se inevitável. Ou fizemos agora ou, mais adiante, pode ficar inviável”, afirmou Leite.