Audiência pública discutiu segurança no transporte escolar de Cachoeira

A Câmara de Vereadores realizou,  terça-feira (20), audiência pública sobre a segurança no transporte escolar municipal. Estiveram presentes a Secretária Municipal de Educação, Ana Margareth Vivian Machado, a diretora administrativa da Smed, Lisone Carlos de Melo, os vereadores Itamar Luz (PSDB), proponente do debate, Marcelinho (PP), Jeremias Madeira (PDT), Marcelo Figueiró (MDB), Gilmar Dutra (PRB), Ronaldo Trojahn (PSB), Dr. Carlos Alberto (PP), e representantes de empresas de transporte escolar que possuem contrato com o Município.

O primeiro a se pronunciar foi o transportador Carlos Gilnei, que explicou como são feitas as vistorias dos veículos de transporte escolar. Na sequência, o contabilista Paulo Sérgio Dias, que trabalha com transportadores, falou sobre a decisão do prefeito que determinou a troca de veículos de gasolina. “Nenhum transportador tem condições de adaptar sua frota para 2019”, disse.  Dias também criticou as estradas pelas quais o transporte escolar passa. “Tem lugares que nem cavalo entra e o transporte escolar tem que ir”.

O transportador escolar Giliarde Freitas também reclamou das estradas e defendeu o uso da Kombi. “Veículo para o interior é a Kombi, outro não aguenta”. A transportadora Janice Machado reforçou a defesa da Kombi e sugeriu: “ao invés de proibir esse tipo de veículo, que seja determinada uma vistoria mais detalhada”.

Por sua vez, diretora administrativa da Smed, Lisone Carlos de Melo, buscou esclarecer alguns fatos. “O que falam por aí é uma coisa, a realidade é outra. Muito se falou que a Kombi havia apresentado cheiro de gasolina anteriormente, mas o veículo que tinha cheiro de gasolina era o de número 84 e o que incendiou foi o de número 17, que começou a rodar em 15 de julho, foi vistoriada em 2 de agosto e incendiou em setembro. Não foi falta de vistoria ou fiscalização, foi uma fatalidade. E, da mesma forma, que aconteceu com uma Kombi da prefeitura, pode acontecer com qualquer uma de vocês, por isso a decisão do prefeito de retirar esse veículo do transporte escolar”.

A diretora administrativa também falou sobre a substituição as Kombis. “Não é que a partir de 2019 não vai poder haver mais Kombi no transporte escolar. A substituição será gradativa”, destacou. “Outra questão é que houve um mal entendido quanto ao que se denominou decreto e que teria sido feito por exigência dos vereadores. Na verdade, trata-se de uma ordem de serviço e não teve envolvimento do Legislativo”.

Na sequência, a secretária Ana Margareth ressaltou a importância do debate sobre o tema. “Esse momento é muito importante para todos nós. Digo todos nós porque os transportadores são muito importante para garantir a segurança de nossos estudantes. O que aconteceu foi um susto, é muito triste quando acontecimentos quando estes envolvem crianças. Mas essa é uma chance de ouvirmos de vocês o que mais precisam para que eu possa levar ao prefeito”.

Na oportunidade, o transportador Ferminiano de Freitas Garcia aponto: “Queremos estradas melhores. O prefeito tem preocupação com os veículos, mas deve ter preocupação, também, com as estradas. Tem locais em que andamos no máximo a 20 Km/h e temos que entregar as crianças nas escolas no horário certo”.

Após, foi a vez dos vereadores se manifestarem. O primeiro parlamentar a falar foi o Marcelinho da Empresa, que questionou a viabilidade das próximas licitações em requerer somente veículos a diesel. “Tem linhas com 8 ou 9 crianças. Como um veículos com capacidade para 20, 30 lugares vão se manter?”. Marcelinho também pediu que o Executivo conceda prazo maior para as empresas adaptarem suas frotas. “Que não seja da noite para o dia”, frisou.

Posteriormente, o vereador Dr. Carlos Alberto fez três indicações. “A primeira é de dar um prazo de pelo menos três anos para a troca da frota, já que qualquer financiamento hoje tem no mínimo esse prazo. A segunda é realizar um estudo para determinar um custo mínimo para a licitação, de forma a evitar que empresas venham com custos muito baixos, pegar várias linhas e depois abandonar as piores. Por fim, que seja feito um canal direto dos transportadores com a Secretaria Municipal do Interior, para que sejam indicados os trechos que mais precisam de manutenção”.

O vereador Ronaldo Trojahn, por sua vez, questionou a preocupação exacerbada com o tema. “Acho que estamos fazendo tempestade em copa d’água. Foi um caso isolado e agora querem mudar tudo. Antes desse episódio, não tinha ouvido nenhuma reclamação. Acredito que estamos nos precipitando. Não podemos eliminar a Kombi, é inviável”, defendeu.

Por fim, o vereador Marcelo Figueiró reforçou a importância de destacar todos os assuntos ligados à educação. “A discussão tem que ser a prioridade que temos que dar para a educação. Sabemos que já tem 25% do orçamento, o que é muito bom, mas isso não resolve. Educação deve ser prioridade em tudo, mesmo que não esteja no orçamento. É o caso das estradas, por exemplo. Estrada que atende o transporte escolar tem que ter prioridade”. Figueiró também fez outra recomendação. “Sugiro que o Executivo promova com periodicidade, a cada quatro meses, ou outro prazo que achar razoável, com os transportadores para que eles exponham os problemas que vêm enfrentando”.

Ao final do encontro, o vereador Itamar Luz, que presidiu a audiência, informou aos presentes que o Legislativo irá formalizar os pedidos e encaminhar para o Executivo. “Vamos aguardar a resposta ou as próximas ações do prefeito”, finalizou.