Clubes de Rotary do Rio Grande do Sul irão intensificar importância da vacinação contra sarampo e pólio

O Rotary no Rio Grande do Sul novamente se aliou ao Governo do Estado e Prefeituras Municipais para ajudar a reverter o quadro de declínio na cobertura vacinal contra a pólio e o sarampo, o que representa um grave risco para o retono dessas doenças para as quais o Brasil já detinha o certificado de erradicação da OMS. Isso também compromete o trabalho de mais de três décadas do Rotary que lidera a Iniciativa Global pela Erradicação da Paralisia Infantil. Em 30 anos de muita mobilização mundial dos rotarianos, a iniciativa reduziu de 220 mil casos por ano para 22 em 2017 e para apenas 9 casos no Afeganistão, 3 no Paquistão e nenhum na Nigéria em 2018, últimos três países que ainda têm a transmissão do vírus da pólio.
Para tanto os governadores Ilo Coutunho (Distrito 4670), Valdemar Moraes (4680), Eduardo Domingues (4780) e Adão Fighera (4660) participaram dia 17 de julho de reunião na Secretaria Estadual da Saúde que discutiu estratégias de cooperação. O governador Nelço Ângelo Tesser (4700) foi representado pela diretora de Imagem Pública, Grasiela Scheid Tesser Possa.
Na reunião coordenada pelo secretário da Saúde, Francisco Paz, os representantes das instituições parceiras expuseram suas preocupações e formas de cooperação. A partir dos seus relatos, a Secretaria Estadual e as Secretarias Municipais da Saúde estabelecerão formas de trabalho para recuperar a cobertura vacinal. A meta é vacinar todos ou pelo menos 95% do público-alvo conforme norma da Organização Mundial da Saúde. Para a pólio, no Estado é vacinar pelo menos 95% das crianças até 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias).
Além do Rotary, a campanha de vacinação contra a pólio e o sarampo contará com a participação da Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs), Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do RS (Cosems/RS), Sociedade de Pediatria do Estado e Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert).
Mobilização – A Campanha de vacinação contra a poliomielite e o sarampo ocorrerá de 6 até 31 de agosto. No caso da pólio, as vacinas serão destinadas para quem tem mais de 1 ano de idade e menos de 5 anos, que no Rio Grande do Sul representam 528 mil crianças. A meta é alcançar, ao menos, 95% delas, independente se a caderneta de vacinação estiver em dia ou não. O secretário Francisco Paz salientou que o declínio das coberturas vacinais no País e no Estado é preocupante. “Esse movimento de afastamento e desinteresse tem como fatores a não ocorrência recente de algumas doenças no Brasil assim como notícias falsas e campanhas mal informadas”, afirmou. “Mas, como ainda são doenças que circulam em outros países. Essa baixa cobertura nos deixa suscetíveis à reentrada desses vírus”, completou.
O sarampo, por exemplo, não era registrado no Brasil desde 2015. Neste ano, retornou causando óbitos no Norte do País. No Estado, já foram confirmados sete casos importados de pessoas com viagem a Europa e Amazonas. A pólio, também chamada de paralisia infantil, está erradicada do Brasil desde 1994, sendo que o último caso registrado no RS foi em 1983.
A vacina tríplice viral – que protege contra o sarampo, caxumba e rubéola – teve cobertura de 90,5% da primeira dose (aos 12 meses de idade) em 2016 e 78% em 2017. A segunda dose – dada com a tetraviral (que inclui ainda a varicela) aos 15 meses de idade – registrou cobertura de 87% em 2016 e 58,7% ano passado. A vacina da pólio também apresentou cobertura abaixo de 90% nos últimos três anos: 89% em 2015, 84% em 2016 e 81% ano passado.