Serviço Residencial Terapêutico em Cachoeira, está habilitado pelo Ministério da Saúde

O Serviço Residencial Terapêutico (SRT) de Cachoeira do Sul conquistou a sua habilitação. Para isso, foi enviado um projeto apresentado tudo que a casa oferece aos moradores. Um técnico do Ministério da Saúde esteve em Cachoeira para comprovar a veracidade das informações. Com isso, o Serviço Residencial Terapêutico passará a receber mensalmente R$ 27 mil, sendo R$ 18 mil do Governo Federal e R$ 9 mil do Governo Estadual. Atualmente o investimento da Prefeitura para manter o serviço é de R$ 25 mil.

Hoje a cidade tem dois residenciais: o Alegria, no Bairro Barcelos e o Reviver, no Centro. São atendidos 9 homens no Alegria e 3 mulheres e 4 homens no Reviver. Elas têm idade entre 22 e 57 anos e todos tem comprovadamente problemas psiquiátricos

De acordo com o coordenador do SRT Maurício Pessoa Dutra, cada casa possui em sua equipe cinco monitores, que auxiliam os moradores nas tarefas diárias como fazer comida, lavar a roupa, arrumar a casa, sair, fazer compras e tudo mais que eles quiserem fazer. A principal proposta do SRT é incentivá-los a ter autonomia e promover a inserção social de cada um deles. A casa é mantida aberta e os que tem autonomia suficiente podem sair desacompanhados a hora que quiserem. Os demais, também podem sair, mas são sempre acompanhados por um monitor. Além disso, todos recebem atendimento médico, psicológico, psiquiátrico também participam de todas as atividades oferecidas pelo Caps duas vezes por semana, que vão desde oficinas e atividades recreativas. A equipe ainda tem um técnico em enfermagem.

Rompendo o paradigma da exclusão

Garantir o convívio social às pessoas que comumente são excluídas da sociedade: é para isso que a equipe trabalha diariamente. Conforme a diretora da Secretaria Municipal da Saúde, Eunice Polhmann, a proposta é oferecer a cada um deles um ambiente menos conflituoso e o mais parecido possível a um ambiente familiar. “Muitos perderam há anos o vínculo familiar. No entanto, quando eles se reencontram, são positivamente surpreendidos pela melhora que os pacientes tiveram, pois muitos não tinham nem mesmo o tratamento medicamentoso correto, o que agora recebem”, explica Eunice, ressaltando que o trabalho busca aproximá-los da vida normal dentro das suas limitações.

Não é somente remédio que cura. Eles são cidadãos como nós e precisam de diversão, se alimentar bem, de carinho e cuidado. Os resultados que temos hoje são reflexos de muita dedicação, responsabilidade e comprometimento. A recompensa de cada um é ver eles sendo reinseridos em suas comunidades e tendo qualidade de vida”, frisou Eunice.

Alimentação por conta deles

Todos os moradores do SRT recebem auxílio-saúde que corresponde a um salário mínimo. Deste valor, 70% é utilizado para compra de alimentos, material de higiene e de limpeza para casa. 30% é para uso pessoal de cada um. Os que tem autonomia suficiente fazem suas próprias compras. Os demais, recebem auxílio dos monitores. Essa é também uma forma de incentivá-los a ter uma vida como qualquer outro cidadão.

O SRT de Cachoeira do Sul já tem casos positivos de pessoas que retornaram ao convívio social. Há moradores dos residenciais que voltaram para suas famílias e outros foram morar sozinhos após adquirirem autonomia suficiente, como por exemplo dois casais que foram para Pantano Grande e dois homens que foram para Jaguarão.

Para poderem voltar ao convívio social são observadas ações comuns do dia a dia como a capacidade para ir e vir sozinhos, de preparar seu alimento, de tomar a medicação, de administrar seu dinheiro e cuidados de higiene.