Vigilância Epidemiológica de Cachoeira alerta para agravos de saúde na enchente

Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde divulgou na manhã desta sexta-feira (20/06) um alerta de saúde pública acerca dos agravos e doenças gerados pelo contato com a água da enchente, bem como as medidas de segurança que devem ser adotadas pela população durante o período de emergência climática. O comunicado descreve os adoecimentos recorrentes em situações de alagamentos, sobretudo entre a população de desabrigados e desalojados. Confira os cuidados gerais recomendados pelo setor

De 0 a 7 dias pós enchentes
• doenças diarreicas agudas
• doenças de pele (fungos estreptococos)
• ferimentos
• traumas psicológicos
• pneumonia aspirativa
• infecções virais respiratórias
• acidentes por animais peçonhentos (aranhas, cobras, escorpiões)
• mordeduras e arranhaduras de animais domésticos ou não (cachorros, gatos,
gambás, etc)
• ectoparasitas (sarna, piolho)
De 7 a 15 dias pós enchentes
• leptospirose
• hepatite A e E
• tétano acidental
• febre tifoide
• cólera
• pneumonia bacteriana
• sinusites bacterianas
• mais as doenças do primeiro período
De 15 a 30 dias pós enchentes
• arboviroses (dengue, febre chikungunya, febre amarela, zika)
• intoxicação por poluentes metálicos e químicos
• doenças psiquiátricas descompensadas
• fadiga crônica (dos desabrigados e socorristas)
• doenças relacionadas a desnutrição
• mais as doenças dos dois períodos anteriores
Período >30 dias pós enchente

• aumento de doenças mentais (desenvolvimento e/ou aumento de sofrimento
psíquico)
• aumento da necessidade de consultas para manejo de doenças crônicas
Sendo assim, recomenda as medidas de segurança a seguir:
• que, antes de tudo, só volte para a casa quando for seguro, certifique-se de que a
área está liberada pelas autoridades locais.
• que fique atento para o risco de choques elétricos, observe se não há fios soltos
pela rua ou postes caídos.
• que toda população conforme faixa etária e grupo de risco coloque o esquema
vacinal em dia (contra tuberculose, tétano, pneumonia, meningite, hepatites virais,
etc), seguindo a orientação do MS e de outras organizações nacionais e
internacionais de saúde.
• que a parcela da população acima de 6 meses de idade que não fez a dose contra
influenza que o façam o quanto antes, considerando que nossa população estará
mais suscetível a contrair esta doença, e também terem uma apresentação mais
grave do quadro.
• que higienize corretamente as mãos e não leve-as à boca após tocar superfícies
contaminadas e que não ingira alimentos mal lavados ou preparados.
• que os sintomáticos respiratórios, casos confirmados de Covid-19 e contactantes
adotem as medidas de segurança já conhecidas, uso de máscara, etiqueta
respiratória e distanciamento social até o 10° dia do início dos sintomas ou data do
teste.
• que consuma água potável, praticando hábitos de higiene, praticando boas práticas
de manipulação de alimentos, não comendo alimentos fora da data de validade,
com alterações ou que ficaram fora da geladeira.
• que evite o contato direto da pele com a lama e água de enchente, principalmente
se estiver machucada.
• que use luvas, se possível máscara e botas de borracha, se não for possível, use
saco plástico duplo.
• que não deixe que crianças nadem ou brinquem na água e na lama das enchentes,
pois podem ficar doentes.
• que cuide para não ser atacado por cobra, escorpião ou aranha ao remover o
entulho e a sujeira, pois este tipo de animal também foi transportado pela
enchente.
• que cuide para não se arranhar, machucar ou perfurar qualquer parte do corpo com
prego ou outro material

• que acondicione o lixo em sacolas plásticas, que devem ser mantidas fechadas, e
mantenha as lixeiras sempre com tampa.
• que evite acúmulo excessivo de resíduos e de entulhos, para não atrair insetos e
roedores.
• que elimine locais com água parada como potes, latas, copos e garrafas
• após o contato com a lama ou água das enchentes, lave bem as mãos e outras
partes do corpo expostas com água limpa e sabão para evitar infecções e doenças.
• que fique atento aos sintomas como choro fácil, tristeza, medo excessivo, doenças
psicossomáticas, agitação, irritação, nervosismo, culpa, desorientação, ansiedade,
taquicardia, sudorese e insegurança podem indicar sofrimento emocional, que
pode levar ao desenvolvimento ou agravamento de transtornos mentais. Os
sintomas serão mais ou menos persistentes, de acordo com o tipo de evento vivido
e com a resiliência particular de cada pessoa.
• que tenha consciência do próprio estresse, reconhecendo os sinais, administrandoos e buscando ajuda profissional, bem como estar atento a mudanças de hábitos,
atitudes e reações nos outros. Lembre-se que problemas físicos (dor de cabeça e
lombares, alterações gastrointestinais) podem ser sinais de estresse.
• que use Equipamentos de Proteção Individuais – EPIs e lave as mãos com
frequência com água e sabão, especialmente após o contato com produtos
químicos ou agentes biológicos;
• que evite misturar produtos químicos de limpeza;
• que durante as limpezas evite substâncias químicas perigosas – use alternativas
menos tóxicas, ou adote técnicas de trabalho que reduzam o contato com agentes
físicos ou biológicos.
• que as pessoas com doenças crônicas não transmissíveis (por exemplo diabetes e
hipertensão) e transmissíveis (tuberculose) que necessitam medicamentos
contínuos, devem conferir se ocorreu alguma alteração no fornecimento e solicitar
auxílio de profissional da saúde para que consiga providenciar e realizar os
encaminhamentos necessários.