Retomada do transporte ferroviário foi tema da palestra de Rodrigo Vilaça no Cacisc ao Meio-dia
Palestrou na reunião-almoço Cacisc ao Meio-Dia desta quinta-feira uma das maiores autoridades brasileiras quando o assunto é logística do transporte. Rodrigo Vilaça é pernambucano e trabalhou na implantação dos terminais da malha ferroviária do polo petroquímico no Rio Grande do Sul, entre diversas outras experiências ligadas à implantação de ferrovias e transporte de cargas tanto no setor privado, quanto também no setor público. Para ele, Cachoeira do Sul precisa mobilizar-se, assim como os demais municípios gaúchos, para superar os obstáculos e desinteresse político, criando alternativas para aproveitar as condições geográficas para consolidar-se como um polo logístico intermodal, utilizando transporte rodohidroferroviário.
Ele é um velho conhecido do empresário cachoeirense Pedro Lopes, responsável pela construção da unidade Sest Senat e presidente de honra da Associação Brasileira de Cargas, Transporte e Logística (ABCT). Lopes atuou como presidente da ABTC de 2016 a 2022, e atualmente, conta com 84 anos, e Vilaça Rodrigo Vilaça, 60 anos, exerceu o cargo de presidente-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF).
Vilaça agradeceu o convite de Lopes, que foi quem sugeriu seu nome como palestrante ao presidente da Câmara do Agronegócio, Comércio e Serviços de Cachoeira do Sul (Cacisc), Rafael Quadros. “Conheci Pedro Lopes quando eu era apenas um garoto, com 19 anos, e ele era o diretor de futebol da CBF na Copa do Mundo de 1986. Ele abriu muitas portas para mim em Brasília, especialmente as da ABTC”, recordou.
Há mais de 10 anos um grupo no Ministério dos Transportes estuda maneiras de atrair investimento para o modal ferroviário de cargas. A ideia é montar um novo traçado para as linhas e ampliá-las em projetos como a ferrovia Norte-Sul, possibilitando vários caminhos entre áreas produtoras e portos. Por isso, por mais que o projeto esteja atrasado ainda é tempo dos cachoeirenses lutarem pela inclusão no município nestes traçados que ainda serão criados.
Lopes comentou com Vilaça, depois da palestra, que no Brasil a história do transporte ferroviário andou sempre ao lado de baixos investimentos e que Cachoeira do Sul, além do Rio Jacuí e da sua posição centralizada no estado, também possui trilhos que hoje estão encobertos pela terra e pela grama que chegam até a unidade da gigante esmagadora de soja Cargil, por isso está mais do que na hora das lideranças locais se mobilizarem com força pela concretização deste antigo sonho de Cachoeira e Região.
“Um dia esse projeto vai ter de sair do papel, assim como os outros da Ponte do Fandango, ERS 403 etc. Não podemos é baixar a guarda, temos que insistir o quanto for preciso junto às autoridades para que haja maior interesse político e investimento viabilizando os investimentos dos empresários, assim gerando emprego e renda para a população”, referiu Lopes reforçando a fala de Vilaça.