Recuperação da Agropecuária e bom momento nos Serviços, sustentam desempenho da economia gaúcha em 2023

Mesmo com uma nova quebra prevista no Rio Grande do Sul, em função da falta de chuvas registrada no primeiro trimestre, a perspectiva em 2023 é de uma recuperação parcial nos números das lavouras gaúchas. Com alta prevista de 37,8% na produção de milho e de 57,7% na soja, o impacto da estiagem nos números da economia deve ser minimizado. A recuperação da Agropecuária e o crescimento consistente do setor de Serviços, o mais representativo da economia, estão entre as sinalizações positivas para o desempenho gaúcho neste ano.

Para os segmentos da Indústria de Transformação e do Comércio, importantes para os números do Estado, a análise apontada no Boletim de Conjuntura, divulgado nesta quinta-feira (26/4), demonstra um cenário desafiador. A queda no Índice de Confiança do Empresário Industrial e o índice que ainda indica pessimismo das famílias em relação ao consumo são pontos de atenção para a economia.

Elaborado pelos pesquisadores Bruna Kasprzak, Martinho Lazzari e Tomás Torezani, do Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), o Boletim de Conjuntura analisa questões da conjuntura internacional, brasileira e do Estado e aponta perspectivas.

“Afora o desempenho da Agropecuária do Rio Grande do Sul, que deve destoar do nacional, as atividades da Indústria de Transformação, do Comércio e dos Serviços no Estado mostram movimentos em linha com o que vem ocorrendo na economia brasileira, que é de desaceleração das duas primeiras e ainda uma boa perspectiva para os Serviços”, analisa Lazzari.

Cenários internacional e nacional 

A queda no crescimento mundial de 3,4% em 2022 para projetados 2,8% em 2023 é um indicativo de diversos potenciais riscos negativos à economia global, como, por exemplo, a frustração na retomada econômica na China, um aperto mais severo nas condições monetárias, estresse financeiro e inflação mais rígida. A análise do Boletim de Conjuntura sugere também que a possibilidade de aumento das tensões geopolíticas, com implicações no fluxo do comércio mundial, pode impactar ainda mais os números.

No Brasil, o último trimestre de 2022 marcou um pequeno recuo no desempenho da economia, com queda de 0,9% no Produto Interno Bruto (PIB), na comparação com o trimestre anterior, a primeira redução após cinco altas seguidas. Para 2023, a expectativa, conforme o Boletim Focus do Banco Central, é para um crescimento no PIB de 0,9% e, em 2024, de 1,4%.