Expoagro/Afubra na abertura, mensagem foi de defesa dos produtores de tabaco

Com a presença do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ocorreu nesta terça-feira,  a solenidade de abertura da Expoagro Afubra 2023, no parque da feira, em Rincão del Rey, Rio Pardo (RS). O ato, que também foi comemorativo aos 68 anos de Afubra completados nesta terça, contou com a participação de diversas autoridades regionais, estaduais, federais e municipais e de representantes de entidade e instituições ligadas à produção rural.

Na ocasião, o presidente da Afubra, Benício Albano Werner, ressaltou a posição e o compromisso da entidade em defender os agricultores produtores de tabaco. “Queremos garantir o mercado da nossa produção, pois as campanhas antitabagistas nos atingem diretamente”, disse. Já tivemos 198 mil famílias produtoras e, na safra 2022/2023, reduzimos para 125 mil famílias nos três estados do Sul. A área de plantio também reduziu de 439 mil para 246 mil hectares”, citou.

Para Werner, uma preocupação é o retorno das discussões envolvendo a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, produto de cuja cultura dependem milhares de famílias brasileiras. “Teremos a 10ª Conferência das Partes, a COP 10, no Panamá, e precisamos das autoridades para defender a cultura que gera milhares de empregos, renda e impostos”, falou. “O setor do tabaco precisa ser visto não como o vilão, mas como o gerador de inúmeros benefícios sociais, econômicos e ambientais em toda a cadeia produtiva”, ressaltou. O presidente também lembrou a posição da Afubra a respeito dos cigarros eletrônicos, lembrando que são uma realidade e não há como ignorar esse nicho de consumo. “Defendemos os produtos de tabaco aquecido porque usam o nosso produto; e não os cigarros à base de nicotina líquida, ”, acrescentou.

“Nossas preocupações são legítimas”, ressaltou Werner, lembrando que devem ser consideradas pelas autoridades. “O agronegócio é o mais importante na balança comercial brasileira e é ele que financia o setor de serviços e o setor industrial”, salientou. “As tecnologias estão a favor da agricultura e vão fazer o Sul do Brasil crescer muito ainda. Acreditando nisso, promovemos, ano após ano, a Expoagro Afubra”, finalizou.

E o governador Eduardo Leite, disse que a Expoagro Afubra é um evento que, além de celebrar a capacidade de produção do Estado, também celebra a capacidade dos homens e mulheres do campo de superarem problemas e gerarem riqueza. “É o momento de apresentarem suas demandas ao poder público. E estamos aqui para ouvir”, disse. Sobre a reivindicação do presidente da Afubra, ele garantiu que a produção da fumicultura encontrará sempre respeito e respaldo do governo gaúcho por causa da sua importância econômica. “Não aceitamos condenar a produção. É importante que se valorize o cultivo, que se entenda o impacto que tem”, disse. “O setor da fumicultura pode contar com nosso apoio”, acrescentou.

Em seu discurso, Leite lembrou também da ação da Expoagro Afubra em prol da sustentabilidade, atuando na orientação sobre as melhores práticas para produzir preservando o meio ambiente. A respeito da estiagem, tema abordado em algumas manifestações da cerimônia, o governador disse que o governo tem trabalhado para conseguir pagar as obrigações, reorganizar as contas e voltar a ter a capacidade de investimentos, inclusive para irrigação. “Teremos investimentos sem precedentes nesse novo ciclo, direcionados aos produtores rurais. Vamos anunciar um plano de investimentos robustos para viabilizar tudo o que for necessário para a irrigação”, anunciou. “E a irrigação precisa também de legislação moderna, com a possibilidade de fazer reserva de água sem causar prejuízos e com melhor convivência com a legislação ambiental”, acrescentou.

Presente ao evento, o deputado Edivilson Brum, representando a Assembleia Legislativa gaúcha, lembrou que tanto a criação da Afubra como da Expoagro foram ações de visão, que merecem a celebração da data. “Aqui, além da pujança e das novas tecnologias, também é palco das nossas reivindicações”, disse, referindo-se à programação de atividades da feira. O parlamentar também citou a resiliência das mulheres e homens do campo. “Mesmo com revezes, buscam sempre recomeçar”, ressaltou, falando das questões de irrigação. “Temos outros gargalos, mas nada é tão urgente como irrigação, seguro agrícola e segurança jurídica”, disse, classificando os principais problemas que atingem a produção rural.

O deputado federal Heitor Schuch, representante da Câmara dos Deputados, falou que, no Rio Grande do Sul, de cada 100 produtores rurais, 84 têm menos de 50 hectares. “Somos pequenos no tamanho, mas gigantes na produção”, enfatizou. “A Expoagro Afubra é o palco da produção, mas é também o lugar de fazer o debate e as reivindicações. Já discutimos aqui, por exemplo, sobre diversificação, código florestal, Convenção-Quadro, reforma da previdência e tantos outros temas”, lembrou. “E quero desafiar os prefeitos e prefeitas para que se integrem nas discussões da reforma tributária no Congresso Nacional. O mel de abelha paga imposto, mas o avião está isento, isso não está certo e deve ser consertado”, acrescentou.

E o prefeito de Rio Pardo, Rogério Monteiro, disse que a feira da agricultura familiar se consolidou por levar conhecimentos aos produtores. “Aqui, o produtor e a produtora são amparados e têm acesso a apoio técnico para suas produções e esse processo de mudança cultural precisa ser fomentado por quem sabe fazer”, disse. “Graças aos estímulos às novas culturas, Rio Pardo tem se tornado um município rico em diversificação. E esse é o caminho para incentivar o desenvolvimento sustentável e responsável”, atestou. “É assim que diminuímos o êxodo rural. Para o jovem ficar no campo, precisa ser um lugar atraente para ele”, constatou. “Cada vez mais, é necessário que modernizemos e a Expoagro Afubra tem sido protagonista, com uma série de atividades que aproximam o agricultor e as novas tecnologias e alternativas de diversificação”, finalizou.