Celetro apresenta balanço com resultado líquido de R$ 2 milhões 129 mil
A Cooperativa de Eletrificação Centro Jacuí Ltda (CELETRO) apresentou no sábado (18) a prestação de contas do exercício de 2022 em Assembleia Geral Ordinária (AGO) realizada no Parque da Romaria, em Cachoeira do Sul. O balanço patrimonial apresentado ao quadro social aponta que mais uma vez a saúde financeira da Cooperativa foi mantida em dia, com resultado líquido de R$ 2.129.832,92. As sobras à disposição para deliberação da AGO ficaram na ordem de R$ 720.120,73, recursos estes que serão empregados no pagamento de juros das operações de financiamento de investimentos em equipamentos especiais para melhorias de redes e da qualidade da energia distribuída.
No exercício de 2022, o Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social (Fates) ficou em R$ 663.365,34, sendo parte desses recursos destinada a projetos sociais da CELETRO, entre eles, o Força para a Educação, que anualmente distribui em média 18 mil kits escolares para os filhos dos associados. O Fates é constituído por 10% das sobras líquidas do exercício e pelo resultado das operações com terceiros, destinado à cobertura de gastos com assistência técnica, educacional e social dos cooperados, seus dependentes e seus próprios empregados, em conformidade com artigos 28 e 87 da Lei 5.764/71.
É importante esclarecer que no cooperativismo não existe lucro nem prejuízo. Do resultado, extrai-se a ocorrência de sobras ou perdas. No exercício de 2022, mais uma vez a CELETRO registrou sobras para seguir investindo em melhorias, na modernização e ampliação de suas redes.
De acordo com o caderno do Balanço Patrimonial de 2022, os números de usuários e de malhas de redes apresentaram estabilidade em comparação a 2021. Nos usuários, o crescimento de um ano para o outro ficou ao redor de 0,18%, passando de 23.631 em 2021 para 23.672 em 2022. No mesmo período, as malhas de rede cresceram ao redor de 0,08%, passando de 5.649 quilômetros em 2021 para 5.653 quilômetros em 2022.
Já a potência instalada teve um crescimento mais acentuado entre 2021 e 2022, num índice de aproximadamente 4,4%. Em 2021, a potência instalada da CELETRO era de 168.937 kVA, saltando para 176.672 kVA, o que demonstra que houve uma retomada dos investimentos por parte dos associados e a CELETRO atendeu às necessidades dentro de suas competências. “Os investimentos em melhorias em todos os setores e em diferentes frentes de trabalho sempre foram uma marca da CELETRO que se repetiu em 2022. Ouvir atentamente o nosso associado através de um diálogo permanente faz parte do perfil e do estilo de trabalho da Direção e dos Conselheiros da nossa Cooperativa”, destacou o Presidente da CELETRO, José Benemídio Almeida.
Energia solar diminui arrecadação e exige investimentos por parte da CELETRO
Em 2022, a CELETRO verificou um aumento significativo na energia adquirida através da microgeração (placas fotovoltaicas). Para os quilowatts-hora (kWh), ficam informados os adquiridos no sistema nacional que gera receitas para manutenção do sistema elétrico e os gerados no sistema de Geração Distribuída apenas transitam pelo sistema sem margem de sobra e custeio de sua rede de distribuição, forçando aos demais o rateio destes valores em benefício de alguns.
Em 2023, começa o processo de transição com redução gradual deste subsídio cruzado e injusto para quem presta o serviço de distribuição de energia. Não se trata de taxação do sol, mas sim o início da cobertura dos custos da rede do usuário, em condições, em frente à sua residência, para distribuição dos kWh gerados mais igualitários.
PONTOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA SOLAR AUMENTARAM 43,5% NA ÁREA DA CELETRO
Em dezembro de 2022, o total de unidades consumidoras com microgeração distribuída era de 1.832, representando um significativo crescimento de 43,5% nos últimos 12 meses. Por consequência, a potência de geração aumentou 44,6% no mesmo período, num total de 14.271 kW.
Tecnicamente, quando a carga de geração distribuída instalada nas redes de distribuição é alta, pode haver sobrecarga nas redes, especialmente em áreas com alta concentração desse tipo de sistema. Nesse caso, as distribuidoras podem precisar de investimentos em sua infraestrutura para conseguir acomodar a energia gerada. Isso pode incluir a instalação de equipamentos para gerenciamento de tensão e fluxo de energia, expansão das redes de distribuição ou mesmo a substituição de equipamentos mais antigos por outros mais modernos e com maior capacidade.
Além disso, a geração distribuída pode afetar a qualidade do fornecimento de energia elétrica nas redes de distribuição. A energia gerada por fontes renováveis, como a solar e eólica, é intermitente e pode variar bastante ao longo do dia. Isso pode levar a flutuações na tensão e frequência da rede de distribuição, o que pode afetar a qualidade do fornecimento de energia elétrica para todos os consumidores. As distribuidoras podem precisar de equipamentos de energia reativa e outros dispositivos para lidar com essas flutuações e garantir a estabilidade da rede de distribuição.
ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
Também no sábado, aconteceu a Assembleia Geral Extraordinária da CELETRO, que deliberou sobre reforma estatutária para adequações regulatórias do Setor Elétrico, bem como aprimoramento do procedimento em caso de impedimento e vacância dos membros do Conselho de Administração.