RS tem 50 estações meteorológicas próprias do Simagro
O Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) concluiu, nesta semana, mais uma etapa do projeto de ampliação da rede de estações automáticas para o monitoramento agroclimático e desenvolvimento de produtos específicos para o setor agropecuário do Rio Grande do Sul. Em 20 municípios, foram revitalizadas 14 e instaladas mais seis (em Esteio, Montenegro, Itaqui, Alegrete, Cerro Largo e Santo Ângelo), totalizando 50 estações. A ideia é que, até o final de 2023, a rede própria do Estado conte com 100 pontos de coleta de dados agroclimáticos.
Segundo o meteorologista da Seapi e coordenador do Simagro, Flavio Varone, as revitalizações e novas instalações começaram no dia 16 de janeiro, e o valor do investimento dessa etapa foi de mais de R$ 850 mil, oriundos do Programa Avançar na Agropecuária e no Desenvolvimento Rural.
“Essa é uma ferramenta que permite ao setor o planejamento de ações com base no monitoramento climático e no uso correto de produtos fitossanitários, o que permite mais assertividade ao trabalho realizado”, ressalta o secretário da Agricultura, Giovani Feltes.
Conforme Varone, o Simagro está desde 2019 em atividade, e a primeira estação foi instalada em 2020, em Pinheiro Machado. “O impacto no monitoramento aqui no Estado é enorme, se pensarmos que em 2019, quando o projeto foi iniciado, só tínhamos 14 estações do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA), que estavam no campo e, mesmo assim, não eram todas que funcionavam”, relembra o meteorologista. “A partir de então, instalamos outras 30 e, agora, revitalizamos 14 e instalamos seis, totalizando 50”, afirma.
De acordo com Varone, as 50 estações do Simagro compõem, junto com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), uma rede de cerca de 100 pontos de coleta de dados agroclimáticos. “Tendo em vista que o Inmet possui 45 estações, praticamente mais que duplicamos o poder de coleta de dados para fazer esse monitoramento climático e agroclimático aqui no Estado”, diz com satisfação.
“O benefício é enorme, pois vamos começar a gerar produtos de suporte para o agricultor. Esses dados serão utilizados pelos produtores para que façam as atividades dentro de suas propriedades e, também, podem ser usados para a extensão e a pesquisa”, esclarece o meteorologista.
Com relação à estiagem, o pesquisador diz que é possível avançar no levantamento de dados. “A gente vai conseguir calcular algumas variáveis que auxiliam no monitoramento da seca. E, a partir do momento que se tenha uma série maior, esses dados vão entrar nos nossos modelos de tempo e clima – que fazem a previsão diária e também a sazonal para alguns meses”, pontua Varone, que acredita que, a partir da assimilação das informações nesses modelos, será possível o monitoramento e a previsão de estiagem.
Ele esclarece que os modelos de tempo e clima que existem no Simagro serão alimentados por esses dados e, dessa forma, será possível conhecer o que realmente acontece dentro das propriedades rurais do Estado. “Poderemos calcular balanço hídrico, deficiência, se tem excesso hídrico, se tem uma condição de estiagem a partir de índices de seca. As estações são instaladas em diversas culturas, então, a partir disso, a gente pode tirar também índices próprios para cada cultura”, projeta Varone.
Sobre o Simagro
O projeto Simagro-RS visa estabelecer uma relação de proximidade com o setor agropecuário do Rio Grande do Sul, onde a Seapi fornece a estação, e o produtor entra com uma estrutura para fixação do equipamento e internet para envio dos dados coletados. O produtor/parceiro acessa os dados da sua propriedade num aplicativo gratuito, e as informações de todas as estações são disponibilizadas no site simagro.rs.gov.br.