Países europeus reduzem restrições contra a covid-19

Pouco a pouco, muitos países que foram duramente atingidos pela covid-19 estão se abrindo e suspendendo suas medidas restritivas mais duras, e muitas vezes impopulares, mesmo em meio à disparada de casos causada pela variante Ômicron. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por outro lado, alerta que certas aberturas podem ser muito precipitadas.

Reino Unido, França, Áustria, Holanda e vários países nórdicos tomaram medidas para encerrar ou aliviar suas restrições à covid-19, muitos deles começando já a partir de fevereiro. Na terça-feira, 1º de fevereiro, a Dinamarca se tornou o primeiro país da União Europeia a adotar a estratégia de “retomar a vida pré-covid”. As máscaras, o passaporte sanitário e os horários reduzidos de bares e restaurantes ficam para trás no país nórdico.

A França iniciou uma redução gradual de suas restrições a partir desta quarta-feira, 2, o uso de máscara deixa de ser obrigatório na rua, assim como o respeito à lotação limitada nos espaços culturais. “Temos que continuar atentos, pois a pressão nos hospitais ainda é elevada”, declarou o presidente francês, Emmanuel Macron, em entrevista ao jornal La Voix du Nord.

Na Espanha, a região da Catalunha anunciou a reabertura de bares e boates a partir de 11 de fevereiro. O governo anunciou que a vida noturna voltará “sem restrições de capacidade ou limitações de tempo”.

A região implementou algumas das medidas mais rígidas da Espanha para combater o aumento de casos ligados à variante Ômicron, decretando toque de recolher, suspensão de atividades noturnas e limites de capacidade nos restaurantes e em espaços desportivos e culturais.

Também na terça-feira, a Noruega suspendeu a proibição de servir álcool depois das 23 horas e o limite de reuniões privadas para 10 pessoas. Os viajantes que chegarem à fronteira não precisarão mais fazer um teste covid-19 antes da entrada. As pessoas podem sentar-se lado a lado novamente em eventos com assentos fixos, e eventos esportivos podem ocorrer como acontecia em tempos pré-pandemia.

A Áustria, que foi o primeiro país europeu a ordenar um mandato de vacina, planeja afrouxar outras restrições da covid-19 este mês e tomar medidas como permitir que os restaurantes fiquem abertos mais tarde.

Na Alemanha, onde as infecções ainda atingem recordes diários e as autoridades ainda estão preocupadas com um grande número de idosos não vacinados, restrições como limites a reuniões privadas e exigências para que as pessoas apresentem prova de vacinação ou recuperação permanecem em vigor. Os líderes do país planejam rever a situação em 16 de fevereiro.

Em 19 de janeiro, o Reino Unido anunciou o fim do uso obrigatório de máscara, o teletrabalho deixou de ser uma recomendação do governo e o passaporte sanitário deixou de ser obrigatório para ter acesso a discotecas e a grandes aglomerações. O movimento, porém, ocorreu após pressões do partido do premiê Boris Johnson após a revelação de festas proibidas na residência oficial do ministro.

Outros continentes estão mais cautelosos

Enquanto a Europa relaxa seus cuidados, outros continentes estão sendo ainda mais cautelosos. Algumas das taxas de vacinação mais altas do mundo são encontradas na Ásia – que não é estranha a surtos anteriores como Sars e Mers – e seus líderes estão mantendo medidas mais rígidas de bloqueio ou até mesmo apertando-as, por enquanto.

A nação de Tonga, na costa do Pacífico, entrou em um bloqueio nesta quarta-feira depois de encontrar infecções em dois trabalhadores portuários que ajudam a distribuir ajuda que chega após uma erupção vulcânica e tsunami. Isso ocorreu contra os temores de que as consequências do desastre natural no mês passado pudessem desencadear um segundo desastre, trazendo a pandemia para uma nação que estava livre do vírus.

Na véspera de sediar os Jogos Olímpicos de Inverno, a China estava cumprindo sua política formal de “zero covid-19”, mesmo que 85% de sua população esteja totalmente vacinada, de acordo com números do Our World in Data. Pequim impõe bloqueios rigorosos rapidamente quando algum caso é detectado e continua exigindo que as pessoas usem máscaras no transporte público e mostrem o status “verde” em um aplicativo de saúde para entrar na maioria dos restaurantes e lojas.

A Tailândia, onde 69% da população está totalmente vacinada, de acordo com o Our World in Data, continua exigindo o uso de máscaras em público e impõe o distanciamento social, além de outras restrições.

Cingapura, que possui a maior taxa de vacinação da Ásia com 87% com pelo menos duas injeções, mantém suas restrições mesmo enquanto segue uma “jornada de transição para uma nação resiliente à covid-19” iniciada em agosto, com medidas para relaxar e apertar regras conforme as condições o justifiquem.

Com quase 80% de sua população totalmente vacinada, o Japão resistiu às restrições impostas, mas continua exortando o público a usar máscaras e observar as práticas de distanciamento social, enquanto solicita aos restaurantes que reduzam o horário de funcionamento.

O Camboja, com 81% de sua população vacinada, reduziu as restrições a restaurantes e outros negócios, mas ainda exige que as máscaras funcionem em público e incentiva o distanciamento social.

 

 

Fonte Gaúcha/ZH/Estadão