68,8% das rodovias gaúchas apresentam problemas gerais de estrutura

Mais da metade das rodovias estaduais e federais do Rio Grande do Sul apresenta problemas gerais de estrutura, conforme levantamento divulgado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). Segundo a pesquisa, 68,8% das estradas gaúchas estão em condições regulares, ruins ou péssimas. Já 31,2% da malha é considerada ótima ou boa.

O quadro já não era positivo em 2019, quando foi realizada a última pesquisa da entidade – no ano passado, em função da pandemia, a análise e a classificação das rodovias não foram realizadas. Em um comparativo, houve uma alta de 9,4 pontos percentuais na piora das condições estruturais, já que eram 59,4% da malha com este panorama. A pesquisa foi realizada entre junho e julho em todo o Brasil.

A piora mais significativa observada pela CNT foi na sinalização das rodovias gaúchas. Conforme a análise, 73% das estradas estão em situação regular, ruim ou péssima, sendo que 4,2% da extensão dos pavimentos está sem faixa central e 15,3% não têm faixas laterais. Em 2019, os problemas de sinalização eram 52,5% das rodovias.

O Estado também enfrenta dificuldades na geometria/traçado da malha rodoviária, com 66,8% apresentando algum tipo de problema e 33,2% em ótimas ou boas condições. Entre os principais riscos aos motoristas estão a predominância de pista simples (91,8%), trechos com curvas perigosas sem sinalização (52,5%) e falta de acostamento (30,6%).

Por outro lado, o Rio Grande do Sul apresentou uma redução dos pontos críticos nas estradas. São 67 neste ano, contra 78 em 2019. O número corresponde a 4% dos trechos em piores condições no Brasil.

As melhores

Ao todo, foram visitadas 46 rodovias no RS, entre estaduais e federais e públicas ou concessionadas. Do total, 13 estão sendo administradas pela iniciativa privada e 33 pelo poder público. Para a CNT, nenhuma rodovia gaúcha foi considerada ótima (veja o gráfico).

Dentro do ranking elaborado pela entidade, a rodovia gaúcha em melhor condição é a BR-101, no trecho de Torres até Osório no Litoral Norte, que está sob concessão da CCR ViaSul. A rodovia ocupa a 26ª colocação nacional e é avaliada como boa. Logo na sequência, na 32ª posição, está a freeway, que liga o Litoral à Região Metropolitana e é administrada pela mesma empresa. A primeira rodovia pública gaúcha a surgir com avaliação positiva no ranking é a BR-153, no trecho entre Novo Cabrais e Aceguá, na região de Cachoeira do Sul, ficando na 130ª colocação.

As piores

Já na avaliação das estradas em péssimas condições, uma rodovia gaúcha está entre as 10 piores do Brasil. A RS-153, entre Barros Cassal e Vera Cruz, no Vale do Rio Pardo, é considerada pela entidade a nona pior estrada do país. A rodovia é administrada pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer).

A Confederação Nacional de Transporte também estimou o valor de investimento para recuperação da malha rodoviária. Conforme a pesquisa, seriam necessários R$ 5,2 bilhões para recuperar as rodovias com ações emergenciais, de manutenção e de reconstrução. Além disso, foi estimado um consumo desnecessário de 72,7 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento da malha rodoviária no RS, gerando um desperdício de R$ 319,9 milhões aos transportadores.

 

fonte Gaúcha/ZH