Sete de cada 10 trabalhadores mudaram de ramo na pandemia

A pandemia do coronavírus que assolou diversos setores da economia, fez com que 71,4% dos trabalhadores mudassem suas áreas de atuação, aponta pesquisa realizada pelo site Empregos.com.br com profissionais que estão na busca por uma colocação no mercado de trabalho.

As mudanças de ramo profissional estão diretamente relacionadas com a adoção das medidas restritivas para conter o avanço da crise sanitária a partir de março do ano passado. “A única alternativa foi buscar oportunidades em outras áreas que estivessem empregando ou funcionando de forma remota”, afirma Leonardo Casartelli, diretor de marketing do Empregos.com.br.

Para o futuro, o indício é de que as pessoas continuem na nova área de atuação. “Por serem normalmente posições mais qualificadas, a tendência é que quando alguém consegue entrar em uma área nova, essa pessoa tenha sempre um upgrade e uma melhoria de salário principalmente”, destaca Casartelli ao mencionar que os cargos mais afetados pela pandemia eram justamente os mais operacionais.

Recolocação

O levantamento mostra ainda que os profissionais estão otimistas com a recolocação e 86,7% avaliam que o avanço da vacinação no Brasil vai facilitar a conquista por um emprego novo. Entre os entrevistados, 49,5% buscam por uma oportunidade ainda em 2021 e cerca de 17% estão desempregados há mais de um ano.

As expectativas melhores surge no momento em que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sinaliza para uma redução na taxa de desempregados. No trimestre encerrado em agosto, eram 13,7 milhões de brasileiros desocupados o equivalente 13,2% da população economicamente ativa.

Para Casartelli, o aquecimento do comércio, impulsionado pelas festas de fim de ano e datas comerciais, é um bom momento para os 79,9% que desejam terminar o ano com uma nova colocação profissional.

“Embora muitos brasileiros tenham enfrentado desligamentos nos últimos meses, a demanda por profissionais é positiva no último trimestre do ano. Com esse aumento, observamos que os candidatos ficam otimistas e voltam a procurar por recolocação”, afirma ele.

Com as perspectivas melhores, o levantamento mostra também que 46,6% dos candidatos estão dispostos a aceitar qualquer regime de trabalho, enquanto 45% têm preferência por vagas presenciais e 6,5% buscam por oportunidades no modelo híbrido.

Casartelli ressalta ainda que os contratados para preencher uma vaga temporária  devem aproveitar a chance e fazer dela uma porta de entrada para o mercado formal. “A expectativa é que essas pessoas tenham mais chances de serem efetivadas após o período de final de ano, uma vez que essas empresas já estão com o quadro reduzido”, observa o diretor.