Outubro registra recorde de famílias endividadas no Estado

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores Gaúchos revelou que o número de famílias gaúchas endividadas segue em elevação no Rio Grande do Sul. De acordo com a pesquisa divulgada pela Fecomércio nesta quinta-feira, o percentual de famílias endividadas no Estado foi de 84,2% em outubro. Se comparado com outubro do ano passado, o percentual teve aumento, quando naquele período registrou 68,4%.

Apesar do número de famílias endividadas ser cada vez maior, o percentual de famílias com contas em atraso foi de 24,2% – uma redução em relação ao ano passado, quando o índice era de 29,9%. Uma vez que as condições econômicas atuais são mais desfavoráveis às famílias, com aumento da inflação e alta dos juros, este movimento emite um sinal de alerta para a possibilidade da piora dos indicadores de inadimplência nos próximos meses.

Segundo a Fecomércio, o percentual de pessoas que não terão condições de pagar suas dívidas em atraso dentro dos próximos 30 dias atingiu o menor valor da série histórica, desde janeiro de 2010. Ao registrar 3%, o percentual teve redução tanto na comparação com o ano passado (13%) quanto frente ao mês anterior (3,3%).

– Este resultado mostra que as famílias estão evitando entrar numa condição de inadimplência mais prolongada, o que as alijaria de acessar o crédito, que parece estar assumindo papel relevante na dinâmica dos orçamentos familiares – afirmou o presidente da Fecomércio, Luiz Carlos Bohn.

A pesquisa apontou também que apenas 13,7% das famílias se dizem “muito endividadas”, tendo este valor aumentado frente a outubro de 2020 (12,1%) e apresentado leve queda na margem (13,8%).

– O comportamento das famílias remete a um consumo mais cauteloso, que apesar de levar ao endividamento, não leva à inadimplência. Os próximos meses serão um teste importante para essa dinâmica, uma vez que a inflação continuará a penalizar os orçamentos e os juros encarecerão o crédito – comentou Bohn.