Ministério da Saúde negocia até 150 milhões de doses da Pfizer para 2022

O Ministério da Saúde informou ter negociações em andamento para firmar um novo contrato de compra, de até 150 milhões de doses, da vacina da Pfizer contra a Covid-19 para aplicação em 2022, informou a Pasta em resposta à CPI da Covid do Senado, nesta quinta-feira. No documento, o Ministério também descarta a compra de doses da Coronavac no ano que vem.

A comissão de inquérito, que deve encerrar os trabalhos em duas semanas, aprovou requerimento para obter detalhes sobre a campanha nacional de imunização contra o coronavírus para 2022.

Na resposta, o Ministério informou que negocia inicialmente mais 100 milhões de doses do imunizante da Pfizer para 2022, que devem ser acrescidas a uma previsão de cerca de 134 milhões de doses remanescentes deste ano de todos os imunizantes já adquiridos pelo país. Além disso, há uma possibilidade de aquisição de mais 50 milhões de doses da Pfizer.

As vacinas da Pfizer e da AstraZeneca já possuem registro definitivo de uso no país pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ambas devem ter o uso priorizado em 2022. Já a CoronaVac não deve fazer parte do calendário.

Questionado pela CPI sobre o imunizante da chinesa Sinovac, o Ministério disse que a razão da “possível descontinuidade” está diretamente relacionada à avaliação pela Anvisa. A Pasta citou que, até o momento, a vacina só teve autorização temporária de “uso emergencial, concedida para minimizar, da forma mais rápida possível, os impactos da doença no território nacional”.

O Ministério também destacou, como um das razões para o não uso, estudos indicando a baixa eficácia do imunizante para a faixa mais idosa da população. A Saúde reconhece a possibilidade de “uso primário” da Coronavac em pessoas acima de 18 anos, mas argumenta que “estudos em andamento” sugerem considerar, nesse esquema vacinal, uma terceira dose.

Plano de imunização
No documento enviado à CPI, que é assinado por Rosana Leite de Melo, secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério, são traçados três cenários com diferentes quantitativos de doses necessárias para o ano que vem.

No primeiro deles, a pasta sugere a manutenção do esquema de vacina atual, que abrange a aplicação de duas doses de vacina em toda a população acima de 12 anos, além de uma terceira dose de reforço para pessoas de mais de 60 anos – o que exige quase 392 milhões de doses.

No segundo cenário, aplica-se apenas uma dose de reforço para a população acima de 12 anos, com previsão de 179,6 milhões de doses.

O terceiro cenário estabelece a aplicação da dose de reforço para a população de até 59 anos, assim como uma dose de reforço em cada semestre — duas em um único ano, portanto — para a população acima de 60. Para esse recorte, são necessárias 212 milhões de doses.

Segundo dados da pasta, o país contabiliza 60% da população maior de 18 anos com o ciclo vacinal completo contra a Covid-19, o que representa que 95,3 milhões de brasileiros já tomaram a segunda dose ou a vacina de dose única.

 

 

 

 

fonte R7