Convênio entre Unisc e Corsan irá reduzir o nível de flúor em poços artesianos da região

A Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) assinaram um termo de cooperação na sexta-feira, 1, que tem como objetivo garantir água potável de qualidade para um maior número de pessoas. Através da parceria, será ampliado um projeto já desenvolvido na Universidade, que reduz o nível de flúor na água de poços artesianos que abastecem alguns locais da região, dentre elas na Vila do Piquiri onde a Corsan teve que fechar o poço que abastecia a comunidade.

Ainda que o flúor seja um importante agente inibidor da cárie, em níveis elevados é responsável por uma doença em crianças denominada fluorose dental, bem como causa outros danos à saúde. O projeto desenvolvido por professores da Unisc já realiza o processo de desfluoretação de águas em comunidades locais desde 2020 e, agora, irá ganhar maior dimensão, passando a atuar em mais localidades. (Saiba mais sobre o início do projeto)

O Sistema Automatizado para desfluoretação de águas subterrâneas que será utilizado, em resumo, se trata de filtros que fazem o tratamento do flúor na água. Para o Secretário-adjunto de Obras e Habitação do Governo do Estado, Giovane Wickert, “o saneamento e a qualidade da água é a prioridade do nosso governo. Por isso, hoje comemoramos o convênio entre Unisc e Corsan, que participamos enquanto testemunhas. Torcemos que dê muito certo, pois qualidade de água significa saúde”.

A implementação deste sistema é de grande importância, pois os Vales do Rio Pardo e Taquari apresentam problemas com excesso de flúor. “Prefeituras e cidadãos trazem amostras de água para avaliação e percebemos número excessivo de flúor. Em 1994, quando surgiu nossa Central Analítica, começamos a analisar o abastecimento da região e esse apontamento vem desde lá. Após muitas pesquisas desenvolvemos essa solução que é economicamente viável”, reforçou o diretor de Pesquisa e Pós-graduação da Unisc, Adilson Ben da Costa.

 

O Sistema

Os primeiros protótipos do sistema em residências já foram implementados em Restinga Seca e encaminhados para Novo Xingu. Estes modelos iniciais eram voltados para água de consumo direto, utilizada para beber ou preparar alimentos. No momento atual, o projeto ganhou novas dimensões sendo automatizado e atendendo grandes demandas, pois é voltado para a distribuição: a água sai do poço para o reservatório e, antes de chegar na residência, é tratada. Para abastecer comunidades, o sistema exige mais tecnologia e investimento. O superintendente regional da Corsan, José Roberto Epstein, prevê orçamento médio de R $500 mil.

Segundo a Reitora da Unisc, Carmen Lúcia de Lima Helfer, “a pandemia reforçou a certeza de que investir em saúde é essencial. Aqui na Universidade colocamos a ciência, a pesquisa e a solidariedade à serviço da solução de problemas da comunidade. Essa iniciativa, em parceria com a Corsan, é um resultado disto. Inclusive, recebemos recentemente a notícia de que a nossa Central Analítica é a maior do Brasil, nos motivando ainda mais a seguir trabalhando e pesquisando para buscar a qualidade da água e de vida na região”