Famurs critica premiação anunciada pelo governo do Estado a municípios que avançarem na vacinação
A premiação anunciada pelo governo do Estado, na semana passada, a municípios que avançarem na vacinação – na chamada “corrida do bem – é alvo de críticas de associações de prefeitos. Na avaliação da Famurs, em vez de cobrar celeridade dos municípios na aplicação do imunizante na população, o Palácio Piratini deveria exigir mais doses do governo federal para evitar a suspensão do cronograma de vacinação.
Para o presidente da Famurs, Maneco Hassen, a demora em vacinar não é culpa das administrações municipais, mas da falta de doses suficientes para imunizar toda a população gaúcha. Por conta da ausência de vacinas, ele destaca que 130 cidades gaúchas suspenderam a aplicação do imunizante na semana passada.
“Apesar de parecer bem-intencionado, o governo do Estado passa para a sociedade uma imagem completamente equivocada de que o atraso da vacinação é culpa dos municípios”, critica.
Hassen garante que nenhuma prefeitura está deixando a desejar na aplicação do imunizante. E como prova disso, destaca que o Rio Grande do Sul é um dos estados com maior percentual de vacinação no país. “O problema da vacinação é que não tem vacina, pode dar bilhões de reais em prêmios. Não tem milagre, o governador se equivocou completamente nessa ação”, assinala.
Embora reconheça a intenção da chamada “corrida do bem”, Hassen afirma que outras iniciativas poderiam ter sido discutidas com os prefeitos, como a testagem em massa da população.
“Poderíamos ter elaborado um prêmio para outras ações de inovação, como, por exemplo, de quem testa mais para prevenção”, sugere. “Dar um prêmio para quem vacina mais é como se os municípios precisassem de incentivo para vacinar. Tudo que queremos é vacinar todo mundo”, completa.
Em nota, o governo do Estado rebate as críticas da Famurs e afirma que os municípios estão trabalhando corretamente. E destaca que foi o “envolvimento positivo das equipes municipais” que colocou o estado na liderança da vacinação no Brasil. E reforça que a medida anunciada pelo governo do Estado “é pura e simplesmente uma iniciativa para tornar a imunização mais célere” e qualificar processos internos nos municípios.
Na avaliação do governo, é importante incentivar o registro correto das imunizações feitas em cada município. Além disso, o governo justifica que em meio a uma pandemia dessa dimensão, quaisquer medidas que visem agilizar a imunização e salvar vidas devem ser tomadas.
O governo informa ainda que os valores que serão repassados aos municípios mais ágeis têm como destinação sugerida a rede de saúde básica, fazendo com que esses recursos melhorem o atendimento à população. “O dinheiro do contribuinte voltará para ele em forma de serviços”, finaliza.
fonte Correio do Povo