Inflação oficial atinge maior patamar para setembro desde 2003, aponta IBGE

A inflação oficial registrou o maior patamar para setembro desde 2003, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador ficou em 0,64% no mês, maior valor para o período desde 2003, quanto o patamar foi de 0,78%. De janeiro a setembro deste ano, o indicador acumula alta de 1,34% e de 3,14% nos últimos 12 meses.

O grupo de alimentação e bebidas foi um dos principais responsáveis pelo resultado de setembro, principalmente pelo aumento do preço dos alimentos para consumo em casa. Os itens que pesaram mais no bolso dos brasileiros foram o óleo de soja (27,54%) e o arroz (17,98%), que acumulam no ano altas de 51,30% e 40,69%, respectivamente.  Os preços de outros produtos importantes, como o tomate (11,72%), o leite longa vida (6,01%) e as carnes (4,53%) também subiram

Houve altas em outros seis grupos, com destaque para Artigos de residência (1,00%), Transportes (0,70%) e Habitação (0,37%). Vestuário, após quatro meses em queda, também apresentou alta (0,37%). No lado das quedas, o destaque foi Saúde e cuidados pessoais (-0,64%), com impacto de -0,09 p.p. Os demais grupos ficaram entre o recuo de 0,09% em Educação e a alta de 0,15% em Comunicação.

IPCA – Variação e Impacto por grupos – mensal
Grupo Variação (%) Impacto (p.p.)
Agosto Setembro Agosto Setembro
Índice Geral 0,24 0,64 0,24 0,64
Alimentação e bebidas 0,78 2,28 0,15 0,46
Habitação 0,36 0,37 0,05 0,06
Artigos de residência 0,56 1,00 0,02 0,04
Vestuário -0,78 0,37 -0,03 0,02
Transportes 0,82 0,70 0,16 0,14
Saúde e cuidados pessoais 0,50 -0,64 0,07 -0,09
Despesas pessoais -0,01 0,09 0,00 0,01
Educação -3,47 -0,09 -0,22 -0,01
Comunicação 0,67 0,15 0,04 0,01
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços 

Os índices das 16 regiões pesquisadas apresentaram alta em setembro. Em Porto Alegre, a apesar da alta de 0,68% ser maior do que a média nacional, a Capital teve a quinta menor inflação entre as áreas estudades. O menor resultado ficou com a região metropolitana de Salvador (0,23%), por conta da queda nos preços da gasolina (-6,04%). Já o maior índice foi do município de Campo Grande (1,26%), em função da alta das carnes (6,63%), da gasolina (2,69%) e da energia elétrica (3,41%).