Depois das excessivas chuvas, o que esperar dos próximos meses?

Diferentemente de agosto e setembro, o mês de outubro superou a média climatológica de precipitação na maioria das regiões, sendo que apenas a região Noroeste do Rio Grande do Sul ficou com precipitação abaixo da média. Na região Central do Estado, os volumes superaram os 400 mm . a maior parte do Estado, sobretudo a Metade Sul (região orizícola), registrou valores de precipitação acima da média.

Além dos volumes terem sido bastante elevados em outubro, a frequência das precipitações também foi alta. Estes fatores fizeram com que a evolução da semeadura do arroz no RS ficasse muito lenta, sendo que em algumas regiões ficou praticamente estagnada . Este cenário preocupa os orizicultores, visto que a janela ideal para a semeadura do arroz está próxima do fim (até dia 15/11). A boa notícia é que a previsão tem apontado para um período de 7 dias de tempo seco, que vai de 15 a 21 de novembro. Ou seja, as chuvas ainda ocorrerão, mas os prognósticos têm mostrado volumes bem mais baixos.

Previsão para a precipitação no trimestre novembro, dezembro e janeiro

Como já mencionado neste boletim, as previsões de longo prazo ficam prejudicadas durante os períodos de Neutralidade climática e, por isso, se observam diferenças entre as previsões dos diversos modelos. Neste boletim, serão apresentados os resultados de dois modelos: o do INMET-UFPel e o CFSv2-NOAA, os quais divergem um pouco na previsão da chuva para o próximo trimestre (Imagem 6).

Novembro: é o mês em que os modelos mais divergem. O do INMET-UFPel prevê chuva dentro do normal na Metade Sul do Rio Grande do Sul, enquanto o modelo CFSv2-NOAA prevê chuvas entre 60 e 80mm acima do padrão normal para a região de fronteira com o Uruguai. As previsões já sinalizam redução na frequência e nos volumes das precipitações para a segunda metade do mês.

Dezembro: os dois modelos prevêm que as chuvas ficarão dentro da média climatológica.

Janeiro: em um primeiro momento, os mapas parecem divergir. No entanto, as anomalias de precipitação do modelo CFSv2-NOAA são dadas em milímetros por dia, ou seja, é necessário multiplicar o valor da legenda por 30 (30 dias). Dessa forma, verifica-se que as anomalias positivas de precipitação estão pouco acima da média, no máximo +30 mm. O que poderia se arriscar a dizer que as chuvas ficariam dentro de um padrão normal para janeiro.