Secretaria de Planejamento apresenta o índice de de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese) de Municípios Gaúchos

O Rio Grande do Sul registrou crescimento de 0,34% no Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese) em 2016. Na comparação com 2015, o indicador passou de 0,751 para 0,754, o que mantém o estado no patamar de desenvolvimento médio. Dos três blocos do Idese, dois tiveram percentuais positivos: o da Educação, com o maior avanço relativo (1,73%), e os 0,26% da Saúde, o que assegura o segmento no topo do Idese desde 2009 (agora em 0,819). Fruto do cenário econômico, o Bloco Renda foi o único a ter retração (-0,89%), acumulando perdas de 4% nos últimos dois anos da série.

Parâmetro para avaliar a situação socioeconômica dos municípios gaúchos a partir de aspectos quantitativos e qualitativos quanto ao desenvolvimento nestas três áreas, a divulgação do Idese 2016, nesta quarta-feira (2/10), incluiu também os indicadores por municípios e por Conselhos regionais de Desenvolvimento (Coredes), além de outras regionalizações importantes para o planejamento, como as Microrregiões do IBGE, Regiões de Saúde, Educação, etc.

“Mesmo o Rio Grande do Sul apresentando indicadores que o colocam em um nível médio de desenvolvimento, o Idese nos ajuda a identificar onde é possível melhorar, para onde as políticas públicas precisam de um olhar mais atento”, destacou a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), Leany Lemos. A classificação vigente considera o desenvolvimento alto aqueles indicadores maiores ou iguais a 0,800, médio os que se encontram entre 0,500 e 0,799 e baixo os que não superam o índice de 0,499.

EDUCAÇÃO

O principal desempenho comparativo no Bloco Educação se deu com a Educação Infantil, cujo Idese registrou ao final de 2016 um salto de 11,76%. O resultado é medido, basicamente, pelas taxas de matrículas pelo Censo Escolar confrontadas com as estimativas da população entre 4 e 5 anos de idade. Responsável pelo estudo, o analista pesquisador Tomás Pinheiro Fiori, alerta para situações bastante distintas neste segmento: enquanto cresce o nível na Educação Infantil, o sub-bloco do Ensino Médio teve um recuo de 6,37% ao repetir a comparação das matrículas com as estimativas de gaúchos entre 15 e 17 anos.

”Como apenas no biênio 2015-2016 esta redução chegou a -9,72% nas matrículas totais, pode-se estabelecer uma relação entre a conjuntura econômica do país e o possível deslocamento de jovens em idade escolar para atividades que ajudem a complementar a renda familiar em tempos de crise”, complementou Fiori, que integra a equipe de pesquisadores do Departamento de Economia e Estatística (DEE), órgão vinculado à Seplag. Ele acrescenta ainda que as matrículas neste nível de ensino vêm caindo em ritmo mais acelerado desde o início da série do Idese, em 2007.

SAÚDE

O Bloco Saúde, embora tenha apresentado um avanço mais modesto, é o único do Idese gaúcho a se manter em nível elevado de desenvolvimento, com índice apurado, em 2016, de 0,819, com evolução positiva na maioria dos componentes em todos os anos do Idese.

É o caso dos indicadores que medem as condições materno-infantis, que atingiu 0,839 em 2016 (0,69% acima do ano anterior) . Neste sub-bloco, o Idese é estimado a partir de dois indicadores principais, que são a taxa de mortalidade de crianças até 5 anos de idade e a taxa de nascidos vivos cujas mães realizaram pelo menos sete consultas pré-natal. “O desempenho nestes indicadores também é bastante positivo, com destaque especial para a mortalidade infantil, que se aproxima de índices observados em média nos países mais desenvolvidos”, destaca o analista.

O bom desempenho gaúcho em saúde decorre do fato de que grande parte dos indicadores utilizados se refere à mortalidade, sendo a população do RS uma das mais longevas do país. Quando se trata do índice específico de longevidade e mortalidade, o sub-bloco estimado para o conjunto do Estado apresenta níveis elevados desde o primeiro ano da série, em 2007 (0,840), tendo alcançado 0,869 na estimativa mais recente, de 2016.

RENDA

O Bloco Renda, do Idese 2016, deu continuidade ao processo de retração verificado em 2015, condizente com a conjuntura econômica nacional. O índice de 0,732 coloca o Estado quase no mesmo patamar de 2012 (0,730), distante do nível alcançado no ápice da série histórica, em 2014 (0,763).

MUNICÍPIOS DA SERRA LIDERAM

Pelo sétimo ano consecutivo na série do Idese, Carlos Barbosa, na região da Serra, figura na liderança do índice geral do Idese para os municípios, com 0,884, desempenho levemente superior a 2015 (0,879), mas ainda inferior ao seu ápice de 2014 (0,892). O desempenho se explica pelos altos índices no Bloco Renda, em que detém o segundo melhor desempenho do Estado (0,913), enquanto seus Blocos de Educação (0,829) e Saúde (0,909), figuram na 6ª e 12ª colocações, respectivamente.

O segundo colocado de 2016 foi o município de Aratiba, no Norte do Estado, com um índice total apurado de 0,870, saltando da 4ª posição que ocupava em 2015 (0,860). Embora tenha mantido níveis de Renda e Saúde similares à 2015, Aratiba conquistou posições graças aos melhores indicadores do Bloco Educação, em que pulou do 47º para o 5º lugar na lista de melhores resultados, partindo de um índice de 0,791, em 2015, para 0,834, em 2016. Dentre os indicadores que constituem o índice final, destaca-se a incrível marca de 99,2% de taxa de matrícula na educação infantil, alcançada pelo município no ano de 2016. 

Ranking Municípios

IDESE

EDUCAÇÃO

RENDA

SAÚDE

1

Carlos Barbosa

0,884

0,829

0,913

0,909

2

Aratiba

0,870

0,834

0,870

0,905

3

Nova Araçá

0,865

0,806

0,862

0,926

4

Água Santa

0,862

0,765

0,937

0,883

5

Veranópolis

0,848

0,841

0,822

0,881

6

Ipiranga do Sul

0,848

0,815

0,867

0,860

7

Colorado

0,838

0,815

0,852

0,846

8

Garibaldi

0,838

0,778

0,861

0,874

9

Nova Bassano

0,838

0,750

0,863

0,899

10

Santa Cecília do Sul

0,833

0,773

0,814

0,913

EVOLUÇÃO

Entre os municípios gaúchos, nenhum deles apresenta nível baixo de desenvolvimento socioeconômico, quando medido pelo Idese. No ano de 2016, 423 municípios apresentaram índices médios, enquanto 74 apresentaram índices altos. Isto significa que cerca de 14,9% dos municípios gaúchos, onde residem 27% da população gaúcha – mais de 3 milhões de pessoas –, obtiveram índices iguais ou superiores a 0,800, em 2016

Em comparação com 2015, foram sete os municípios que caíram do nível alto para o nível médio de desenvolvimento. No entanto, 13 municípios seguiram o caminho inverso, conquistando um lugar entre aqueles municípios considerados de desenvolvimento alto.

Entre os piores desempenhos de 2016, a tendência repete 2015, apenas alterando levemente a ordem os municípios menos desenvolvidos do RS. No ano mais recente, Alvorada caiu uma posição para assumir o último posto, em 497º lugar, com um índice total de 0,572. Enquanto isso, Dom Feliciano, que em 2015 figurava na última colocação, logrou ampliar seu índice de 0,567 para 0,589 e, com isso, pular uma posição, agora para 496º. Mais uma vez o indicador que se destaca é a taxa de matrícula na educação infantil, que este município conseguiu ampliar de 56%, em 2015, para 89%, em 2016.

EDUCAÇÃO NOS MUNICÍPIOS

Entre os municípios com maiores índices no Bloco Educação, Picada Café, na região das Hortênsias, se manteve no topo pelo segundo ano consecutivo e pela sexta vez na série de 10 anos do Idese, com índice de 0,848. Seu desempenho é calcado na liderança no sub-bloco de Educação Infantil (0,965), o que significa quase todas as crianças de 4 e 5 matriculadas;  na 2ª colocação do sub-bloco do Ensino Fundamental (0,886), o que indica os melhores desempenhos nos anos iniciais e finais avaliados pelo Saeb; além de um excelente índice no sub-bloco do Ensino Médio, de (0,972), também calcado na quase totalidade da estimativa de jovens de 15 a 17 anos matriculados em escolas. 

Ranking Municípios

Educação

1

Picada Café

0,848

2

Tucunduva

0,846

3

Veranópolis

0,841

4

Campinas do Sul

0,841

5

Aratiba

0,834

RENDA NOS MUNICÍPIOS

Pelo segundo ano consecutivo e terceira vez nas últimas quatro apurações, Água Santa, no Norte do Estado, apresentou o melhor desempenho no Bloco Renda. Com índice de 0,937 em 2016. Entre os sub-blocos do Município, inversamente ao que ocorreu em 2015, houve uma expansão do índice de apropriação, que partiu de 0,935 para 0,963, em 2016, enquanto o índice de geração de renda retrocedeu levemente de 0,925 para 0,911.

Em segundo lugar, também repetindo 2015, Carlos Barbosa (0,913), que lidera o ranking geral do Idese, em grande medida, pelo desempenho no Bloco Renda, como mencionado anteriormente. Na sequência e em ordem decrescente, Tupandi (0,904), André da Rocha (0,896) e Porto Alegre (0,887) completam os cinco municípios que lideraram o ranking deste bloco, em 2016.

Ranking Municípios

Renda

1

Água Santa

0,937

2

Carlos Barbosa

0,913

3

Tupandi

0,904

4

André da Rocha

0,896

5

Porto Alegre

0,887

SAÚDE NOS MUNICÍPIOS

O ranking do Bloco Saúde, entre os municípios gaúchos, é liderado por Nova Roma do Sul, na região da Serra, que figura na ponta pelo terceiro ano consecutivo, agora com um índice de 0,933. Observando os sub-blocos do Município, percebe-se que, embora tenha ótimos indicadores de longevidade e saúde materno-infantil, é nas condições gerais de saúde que Nova Roma do Sul se destaca, liderando por suas taxas de óbitos por causas evitáveis ou mal definidas bem inferiores à média estadual, sobretudo porque este é o sub-bloco da saúde estadual com os piores níveis ao longo da série do Idese.

Logo abaixo, a segunda posição também é figura repetida, com Nova Araçá apresentando índice de 0,926, seguido de perto pelos municípios de Nova Pádua (0,924), André da Rocha (0,920) e São Jorge (0,918), que completam o ranking municipal deste Bloco.

Ranking Municípios

Renda

1

Nova Roma do Sul

0,933

2

Nova Araçá

0,926

3

Nova Pádua

0,924

4

André da Rocha

0,920

5

São Jorge

0,918

MUNICÍPIOS POR FAIXA DE POPULAÇÃO

Pelas estimativas populacionais do Rio Grande do Sul, 20 municípios têm população superior a 100 mil habitantes. Em 2016, quatro desses municípios apresentaram altos índices de desenvolvimento socioeconômico medido pelo Idese, um a menos do que em 2015. Além de Bento Gonçalves (0,827), Porto Alegre (0,812), Santa Cruz do Sul (0,810) e Caxias do Sul (0,802), o município de Erechim, que em 2015 figurava entre aquele com índice elevado (0,811), apresentou um recuo no último ano da série, marcando 0,798.

Na pior colocação geral de 2016, Alvorada repete também sua pior classificação entre os municípios desse porte no Estado.

Ranking Municípios

IDESE

EDUCAÇÃO

RENDA

SAÚDE

1

Bento Gonçalves

0,827

0,772

0,816

0,893

2

Porto Alegre

0,812

0,719

0,887

0,829

3

S. Cruz do Sul

0,810

0,772

0,821

0,837

4

Caxias do Sul

0,802

0,740

0,785

0,880

5

Erechim

0,798

0,770

0,775

0,850

6

Passo Fundo

0,766

0,687

0,783

0,827

7

Santa Maria

0,757

0,748

0,693

0,829

8

Guaíba

0,748

0,699

0,753

0,793

9

Novo Hamburgo

0,748

0,714

0,721

0,811

10

Canoas

0,737

0,659

0,773

0,779

11

Cachoeirinha

0,735

0,682

0,699

0,823

12

São Leopoldo

0,735

0,720

0,710

0,775

13

Rio Grande

0,718

0,694

0,701

0,760

14

Bagé

0,714

0,705

0,644

0,795

15

Gravataí

0,711

0,653

0,667

0,812

16

Pelotas

0,701

0,720

0,654

0,728

17

Sapucaia do Sul

0,681

0,674

0,562

0,806

18

Uruguaiana

0,665

0,693

0,580

0,721

19

Viamão

0,634

0,649

0,501

0,752

20

Alvorada

0,572

0,502

0,458

0,755

Quando considerados os Blocos do Idese, Santa Cruz do Sul (0,772), Bento Gonçalves (0,772) e Erechim (0,770) obtiveram as três primeiras colocações em Educação; Porto Alegre (0,887), Santa Cruz do Sul (0,821) e Bento Gonçalves (0,816) lideram Renda; enquanto Bento Gonçalves (0,893), Caxias do Sul (0,880) e Erechim (0,850) lideram em Saúde.

Ranking Municípios

EDUCAÇÃO

1

Santa Cruz do Sul

0,772

2

Bento Gonçalves

0,772

3

Erechim

0,770

Ranking  Municípios

RENDA

1

Porto Alegre

0,887

2

Santa Cruz do Sul

0,821

3

Bento Gonçalves

0,816

Ranking Municípios

SAÚDE

1

Bento Gonçalves

0,893

2

Caxias do Sul

0,880

3

Erechim

0,850

COREDES

Os índices apurados para os Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) permitem uma visão regional mais ampla do território gaúcho. Entre as 28 regiões, apenas dois Coredes apresentaram índices de desenvolvimento altos pelo Idese: Serra (0,815) e Noroeste Colonial (0,814). Por outro lado, com exceção do Corede Litoral (0,710), cujas características sazonais são muito particulares, Campanha (0,712), Jacuí Centro (0,703), Sul (0,698), Fronteira Oeste (0,696) e Centro Sul (0,691) apresentaram os piores desempenhos regionais e constituem, geograficamente, a quase totalidade do que historicamente se convencionou chamar de Metade Sul do RS, cujos problemas socioeconômicos persistem por décadas. 

Ranking Coredes

IDESE

EDUCAÇÃO

RENDA

SAÚDE

1

Serra

0,815

0,765

0,793

0,886

2

Noroeste Colonial

0,814

0,755

0,825

0,861

3

Norte

0,791

0,768

0,747

0,858

4

Alto Jacuí

0,790

0,752

0,794

0,824

5

Vale do Taquari

0,783

0,758

0,726

0,864

6

Produção

0,778

0,721

0,776

0,837

7

Fronteira Noroeste

0,774

0,767

0,720

0,835

8

Rio da Várzea

0,770

0,725

0,710

0,876

9

Metropolitano do Delta do Jacuí

0,766

0,676

0,809

0,813

10

Nordeste

0,764

0,714

0,720

0,859

11

Vale do Caí

0,764

0,731

0,711

0,850

12

Central

0,755

0,737

0,703

0,826

13

Hortênsias

0,755

0,714

0,704

0,847

14

Vale do Rio dos Sinos

0,746

0,716

0,720

0,801

15

Vale do Rio Pardo

0,745

0,717

0,696

0,821

16

Médio Alto Uruguai

0,744

0,726

0,654

0,852

17

Missões

0,742

0,723

0,691

0,811

18

Celeiro

0,738

0,720

0,649

0,846

19

Vale do Jaguarí

0,736

0,743

0,635

0,831

20

Alto da Serra do Botucaraí

0,732

0,717

0,660

0,820

21

Paranhana Encosta da Serra

0,729

0,716

0,656

0,816

22

Campos de Cima da Serra

0,717

0,641

0,705

0,807

23

Campanha

0,712

0,700

0,640

0,795

24

Litoral

0,710

0,713

0,611

0,805

25

Jacuí Centro

0,703

0,691

0,634

0,783

26

Sul

0,698

0,689

0,646

0,758

27

Fronteira Oeste

0,696

0,705

0,613

0,770

28

Centro Sul

0,691

0,682

0,588

0,803

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