Mulheres representam 51,33% da população do Rio Grande do Sul

Com um número de nascimentos que voltou a cair depois de dois anos de estabilidade, a população do Rio Grande do Sul apresentou em 2018 a sua menor taxa de crescimento vegetativo. A diferença entre nascidos e o registro de óbitos resultou em 51,5 mil novos habitantes no Estado, o que significa um aumento de apenas 0,46% na comparação com o ano anterior. São os menores patamares ao longo da série histórica iniciada em 2010, o que reforça uma tendência gradativa de redução ao longo dos próximos anos da faixa etária entre 15 e 59 anos, que constitui o grupo de pessoas consideradas potencialmente ativas.

Os principais aspectos da evolução populacional do RS foram detalhados nesta quarta-feira (4/9), quando a Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag) apresentou as estimativas que permitem conhecer o perfil das 497 cidades por faixa etária, sexo e percentual de pessoas potencialmente ativas para atuar no mercado de trabalho.

Estas informações já estão disponíveis e atualizadas através do PopVis: Portal Demográfico, ferramenta desenvolvida pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE/Seplag) e que permite a visualização de maneira interativa dos dados da população do RS, incluindo pirâmides etárias de todos os municípios, Coredes e regiões funcionais, numa série histórica entre 2010 e 2018. Pelas estimativas, o número de habitantes no Estado em 2019 ficará em 11.377.239, com uma taxa de crescimento ainda menor do que em 2018 (0,42%).

Mais gente ativa

A região do Vale dos Sinos concentra a metade dos 10 municípios (com população acima de 20 mil habitantes) com o maior percentual de moradores potencialmente ativos. Dois Irmãos lidera o ranking: dos 32.614 habitantes ao final de 2018, um total de 22.684 (69,55%) se encontravam nesta faixa etária. Na sequência, estão Charqueadas (68,34%), Nova Hartz (67,79%), Ivoti (67,78%) e Parobé (67,74%). “A média estadual fica ao redor de 63% da população nesta faixa etária, o que possivelmente traz reflexos para a economia destas cidades que ficam com percentuais acima”, observou o estatístico Pedro Zuanazzi.

Já duas cidades do Litoral Norte (Imbé-59,23% e Tramandaí-60,07%) apresentam os menores percentuais em termos de população hipoteticamente apta a produzir, com índices que são muito próximos de alguns municípios das regiões que enfrentam baixo nível de crescimento econômico, como a Fronteira Oeste e Campanha. Em compensação, o Litoral tem as duas cidades com maior presença de jovens (até 14 anos de idade) na lista dos municípios que reúnem mais de 20 mil habitantes: Capão da Canoa (24,05%) e Tramandaí (23,13%).

Para Zuanazzi, o acesso a essas informações caracteriza o PopVis como uma importante ferramenta para as áreas de planejamento. “Estão ali dados que podem nortear as políticas públicas de responsabilidades do governo do Estado e das prefeituras, assim como podem servir de orientação para a tomada de decisão em projetos da iniciativa privada. É preciso conhecer onde está o seu público alvo”, acrescentou ele.

O Corede do Litoral também chama a atenção por registrar o maior crescimento populacional entre 2010 e 2018: 15,49%, seguido do Vale do Taquari (10,61%) e do Vale do Caí (10,33%). Em compensação, o Corede Fronteira Oeste apresenta a maior perda populacional no período (5,19%).

Predominância feminina

As mulheres são maioria entre a população total do RS: para cada grupo de 100 pessoas do sexo feminino, são apenas 94,8 homens. Os meninos são maioria entre os nascimentos, porém as mulheres se tornam majoritárias já a partir da faixa dos 30 anos, situação que fica mais evidente com o avanço da idade. Entre a população com mais de 80 anos, a relação para cada 100 mulheres despenca a 53,5 representes do sexo masculino. “É uma decorrência da expectativa de vida entre as mulheres, mas também por conta da maior incidência de óbitos de homens pela violência e trânsito”, apontou o estatístico.

As mulheres representam 51,33% da população (5.815.522 habitantes). Das cidades com mais de 20 mil habitantes que ficam acima desta média, Porto Alegre leva o título da mais feminina. Dos moradores da capital, 53,76% são mulheres. Na sequência, estão Pelotas (52,97%) e Cruz Alta (52,77%).

Entre aqueles com mais de 20 mil moradores, os municípios com maior concentração masculina são Charqueadas (59,26%), São Francisco de Paula (51,22%) e São José do Norte (50,97%). Da população geral do RS, 48,67% são do sexo masculino.

Presente à divulgação, o secretário-adjunto de Planejamento e Orçamento da Seplag, Gilberto Pompílio Filho, ressaltou a importância das informações nas ações de governo. “Toda política pública é focada nas pessoas, mas para isso precisamos conhecer as pessoas”, destacou ele, ao lembrar que os estudos sobre a evolução populacional do RS servem também para orientar empreendedores e acadêmicos. O diretor do DEE, Liderau Marques Junior, igualmente acompanhou o evento.