Rio Grande do Sul tem 11.377 habitantes. Perde uma posição e passa há ser o 6º Estado em população no Brasil

O número de habitantes no Rio Grande do Sul chegou a 11.377.239 em 2019, com uma taxa de crescimento de 0,42% em relação à estimativa populacional do ano passado. Confirmando uma tendência de crescer menos do que a média nacional, o levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que o RS caiu de 5º para o 6º lugar na lista dos Estados mais populosos, sendo ultrapassado pelo Paraná.

Na comparação com o ano passado, o Brasil viu sua população avançar em 0,79%, chegando a mais de 210,1 milhões de pessoas. Os dados do IBGE foram publicados  no Diário Oficial da União (DOU).

Desde o Censo de 2010, o total de habitantes no RS registrou uma evolução de 4,24%, ficando dentro das estimativas já previstas por especialistas que acompanham o tema. O que chama a atenção, destaca o economista Pedro Zuanazzi, é a diferença acentuada entre o crescimento de idosos e da população considerada potencialmente ativa.

Enquanto as pessoas com mais de 65 anos aumentaram em 3,64% do ano passado para cá, homens e mulheres na faixa etária de 15 a 64 anos encolheram 0,21%. “Para que a nossa economia cresça, é preciso que aumente a produtividade média do trabalhador gaúcho, o que exige prioridade em termos de políticas voltadas à qualidade da educação. É primordial que se olhe as nossas crianças de modo especial”, aponta ele.

Em recente estudo que apresentou como analista do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), Zuanazzi já demonstrava o ritmo mais acelerado de envelhecimento da população gaúcha. Pelas estimativas que elaborou ao lado do economista Bruno Paim, os idosos serão 30% da população gaúcha em 2060.

Em quatro décadas, a proporção das pessoas com idade acima dos 65 anos saltará dos atuais 12,7% para 29%, em um processo de envelhecimento provocado por fatores como a baixa fecundidade, migrações de jovens para outros Estados e uma expectativa de vida acima da média nacional.

Migrações

Além de priorizar a educação como ferramenta para ampliar a produtividade média (jovens mais qualificados ao ingressarem no mercado de trabalho), Zuanazzi defende também que o Estado “veja com bons olhos uma maior imigração”. Em outro estudo que elaborou, o economista demonstrou que outro fator que impacta no envelhecimento populacional decorre do fato de o RS ser um Estado “fechado” para as trocas migratórias. Entre 2010 e 2018, a participação gaúcha perante a população brasileira recuou 5,6% para 5,4% no ano passado, dois décimos que representam 347 mil pessoas.

Se todos os gaúchos aqui nascidos, em qualquer época, retornassem (isso com todos os imigrantes também retornando aos Estados de origem), dos atuais 11,3 milhões de habitantes, o RS ultrapassaria o número de 12 milhões de pessoas. “O problema não é o número que sai, pois a emigração não é elevada em relação às outras unidades da federação. Esta reduzida taxa líquida decorre, principalmente, pelo baixo ingresso de pessoas”, observa Zuanazzi.