Preços da soja no Brasil caem em junho acompanhando dólar
Os preços da soja no mercado brasileiro caíram em junho devido à significativa desvalorização do dólar norte-americano no início do mês. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira, “em um momento decisivo para a reforma da Previdência (PEC 6/2019), com a votação do relatório na Câmara dos Deputados, o câmbio manteve o ritmo de queda ao longo do mês”. Conforme ele, porém, os preços oscilaram pouco nas últimas semanas.
Além disso, após forte elevação em maio, os prêmios de exportação nos portos do país pouco oscilaram ao longo deste mês, o que contribuiu para que os preços internos sofressem pouca alteração. “Com cotações pouco atrativas no mercado doméstico, os agentes aproveitaram o bom avanço da safrinha de milho e demonstraram maior interesse pelo cereal”, disse.
Oliveira observa que o clima adverso nos EUA e as conversas entre os Estados Unidos e China são outros fatores que trouxeram bastante volatilidade à Bolsa de Chicago.
No último dia 21, SAFRAS & Mercado revisou sua projeção para a safra 2018/19. A produção brasileira de soja em 18/19 deverá totalizar 118,242 milhões de toneladas, com redução de 2,9% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 121,8 milhões de toneladas. No dia 3 de maio, data do relatório anterior, a projeção era de 117,925 milhões de toneladas. No dia 19 de julho, SAFRAS & Mercado vai divulgar sua intenção de plantio para a temporada 2019/20 e os números serão mostrados em primeira mão na Agência SAFRAS.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Roque, houve ajustes finos em áreas e produtividades entre um relatório e outro. Algumas áreas até recuaram um pouco frente à estimativa anterior, mas as produtividades compensaram. Destaque positivo para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que colheram produtividades recordes. Destaques negativos consolidados com o Paraná e o Mato Grosso do Sul, que sofreram fortes perdas produtivas devido ao clima irregular registrado ao final de 2018 e início de 2019 em grande parte de suas lavouras.
Gabriel Nascimento Agência SAFRAS