Safra de soja deve superar 116 mi de toneladas

A produção brasileira de soja em 2018/19 deverá totalizar 116,413 milhões de toneladas, com redução de 4,3% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 121,661 milhões de toneladas. A revisão foi divulgada por SAFRAS & Mercado. No dia 15 de fevereiro, data do relatório anterior, a projeção era de 115,402 milhões de toneladas.

Com as lavouras em fase final de colheita, indica aumento de 3,2% na área, que ficou em 36,437 milhões de hectares. Em 2017/18, o plantio ocupou 35,297 milhões de hectares. O levantamento indica que a produtividade média deverá passar de 3.464 quilos por hectare para 3.211 quilos.

Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Roque, o levantamento teve apenas ajustes finos nas produtividades médias esperadas em alguns estados.

Ele destacou as elevações nas produtividades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Goiás. “A melhora climática registrada desde final de janeiro na maior parte do país impediu o avanço das perdas no Centro-Oeste e no Sudeste, trazendo ainda boas condições para o desenvolvimento das lavouras da maior parte da região Sul”, frisou Roque

Já no Norte e Nordeste, as produtividades sofreram ajustes para baixo no MAPITO. O clima desfavorável (falta de umidade no desenvolvimento inicial e excesso de umidade nas últimas semanas) atingiu uma parte maior do que o esperado das lavouras do MAPITO, trazendo problemas importantes para algumas microrregiões.

Mercado

No Brasil, a comercialização seguiu em ritmo lento e com preços oscilando bastante. Os dois principais pontos que formam os preços internos fizeram caminhos opostos. O dólar subiu bem frente ao real e os contratos futuros acumularam perdas. Os negociadores aproveitaram alguns repiques para negociar, principalmente na parte final do mês.

Os contratos com vencimento em maio em Chicago acumularam desvalorização de 2,28% em março, encerrando o mês nos menores níveis em quatro meses, a US$ 8,89 ½. O avanço da colheita na América do Sul, com volumes acima do esperado, o excesso de chuvas no Meio Oeste, o que poderá determinar transferência de área do milho para a soja, e a indefinição nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China foram os fatores que mantiveram o mercado sob pressão.

Já o câmbio fez o caminho inverso, subindo 4,31% no período, atingindo a casa de R$ 3,916. No final do mês, a moeda chegou a ultrapassar a casa de R$ 4,00, por conta das dificuldades na articulação política do novo governo, atrasando a tramitação da reforma da Previdência no Congresso.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS