Cidades e Entidades da região, se unem pela duplicação da RSC-287. E Cachoeira?

A briga pela duplicação da RSC-287 ganha novos aliados a partir da mobilização de entidades empresariais. Em Santa Maria, um dos extremos da rodovia, a Câmara de Comércio e Indústria (Cacism) recrutou entidades coirmãs e hasteou a bandeira pela duplicação. Em Santa Cruz do Sul, a Associação Comercial e Industrial (ACI) programa para o início de agosto uma grande mobilização regional com o mesmo tema. Ambas querem unir forças para destravar o processo de concessão das rodovias e viabilizar a duplicação que é essencial às regiões Centro e Vale do Rio Pardo.

Conforme o presidente da Cacism, Rodrigo Decimo, 12 municípios, além de Santa Maria, já endossaram o pleito pela duplicação da RSC-287. No caminho entre Santa Maria e a Região Metropolitana existem duas alternativas – a superlotada BR-290 e a RSC-287 – e a expectativa de que ao menos uma delas seja concedida à iniciativa privada. “Temos mais esperança na 287, que já foi destacada pelo governo gaúcho como uma prioridade. Queremos garantir que esta rodovia seja duplicada”, diz Decimo.

A mobilização do grupo de entidades da região Central começou no fim do ano passado. Na próxima semana, todo o material publicitário estará pronto e a divulgação terá início. “Acreditamos que o primeiro trecho a ser duplicado deve ser de Santa Cruz a Tabaí. Na sequência, a ligação até Santa Maria precisa ser ampliada.” O grupo santa-mariense planeja levar o debate para os candidatos ao Piratini. “Assim que os nomes que concorrem ao governo do Estado forem confirmados, e começar a campanha, queremos um debate em nossa região. A pauta principal é esta duplicação”, planeja o presidente da Cacism.

Na mesma direção corre uma iniciativa planejada pela ACI de Santa Cruz. De acordo com o presidente Lucas Rubinger, a entidade planeja convocar o Vale do Rio Pardo para engrossar o coro pela duplicação. “Reuniremos as associações comerciais da região e a associação dos municípios para costurar a nossa campanha em favor da duplicação”, destaca Rubinger.

A assembleia está marcada para quinta-feira que vem, dia 2 de agosto, na sede da Associação das Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul (Assemp). “Iremos alinhar as ações, que serão publicitárias e de representatividade também. Será criado um grupo de trabalho para tratar do tema”, adianta.

Rubinger acredita que o pleito precisa ser grande. Tanto que fará força também para que o Vale do Rio Pardo seja aliado de Santa Maria e os municípios da região Central. “Penso que poderá ser um único projeto, com a participação de outras regiões também. Temos a confirmação da entrada da associação comercial de Cachoeira do Sul no nosso grupo. Todo o Estado irá se beneficiar da duplicação da RSC-287”, complementa o presidente da ACI.

O corredor que começa na BR-386, a Tabaí–Canoas, e continua na RSC-287 é a principal ligação entre a Capital e regiões como Vale do Rio Pardo, Centro-Serra, Quatra Colônia e Central. Pelo menos meio milhão de gaúchos dependem diretamente da 287 para ir e vir, o que faz da estrada uma das principais artérias do interior.

No entanto, a pista simples e cheia de desníveis não comporta mais tanto movimento. Em junho passaram 330 mil veículos pelo pedágio de Venâncio Aires. O Plano Estadual de Logística e Transportes (Pelt), apresentado em março pelo governador José Ivo Sartori , conclui que o trecho Tabaí–Santa Cruz da RSC-287 precisa ser duplicado até 2024, sob pena de a rodovia entrar em colapso. O trecho Santa Cruz–Santa Maria precisa ser duplicado até 2039. O estudo leva em conta o tráfego atual, as perspectivas de crescimento e as questões de segurança.

Alto custo

Para realizar as obras de duplicação, recuperação e melhoria, o governo gaúcho precisa de uma fortuna que não dispõe em caixa. Em valores atuais, o trecho entre Tabaí e Santa Cruz custaria R$ 591 milhões para ser duplicado. A mesma obra entre Santa Cruz e Santa Maria passaria de R$ 1 bilhão. Ou seja, seria preciso juntar R$ 1,5 bilhão em duas décadas.

Sem recurso, o governo precisa conceder a rodovia à iniciativa privada. Por meio de um edital de licitação específico, é possível delegar esta atividade para investidores que terão metas e prazos para implantar a duplicação. O Piratini já sinalizou para concessão, no entanto, ainda não conseguiu finalizar o estudo que dará as condições da negociação. O prazo inicial para apresentar o plano era maio, passou para junho e agora não tem mais data.

 

 

fonte GAZ