Plano Safra 2018/2019 reflete momento de controle de contas do país, diz Federarroz

O Plano Agrícola e Pecuário reflete o atual momento do país, de controle nas contas, responsabilidade fiscal, tanto que não houve aumento nos volumes e os juros baixaram dentro de uma razoabilidade. A avaliação é do presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, sobre o Plano Safra lançado nesta quarta-feira, 6 de junho, pelo governo federal, onde foram disponibilizados R$ 194,3 bilhões em recursos para o próximo período.
Conforme o dirigente, o anúncio demonstrou que o Ministério da Agricultura deu muita atenção ao custeio, modalidade de interesse direto ao produtor, promovendo uma redução de juros maior a esta modalidade. “De certa forma isto se justifica, pois é de apenas um ano os eventuais subsídios, com os juros menores do que os de investimentos que são de cinco a dez anos e fica o governo muito tempo bancando”, observa.
Dentre os investimentos, Dornelles afirma que é muito claro observar que a modalidade para construção de Armazéns (PCA) e o programa ABC, para a Agricultura de Baixo Carbono, continuam tendo um incentivo, mas com redução de juros maior. “Os demais programas de investimento tiveram diminuição de juros quase insignificante. Somente as taxas administrativas cobradas pelos bancos já correspondem a esta redução de 0,5%”, salienta.
Para o presidente da Federarroz, houve um avanço muito tímido em relação à subvenção do seguro agrícola, de apenas R$ 600 milhões. Mas tudo isto reflete o problema que o país vem enfrentando de déficit fiscal, que acaba comprometendo o orçamento. Sobre os juros pós fixados, lançados pelo Plano Safra neste ano, Dornelles acredita que o governo faz esse lançamento com o objetivo de verificar como será a demanda e como os produtores vão operar em relação aos juros superiores a 12 meses de contrato. “É uma novidade e por óbvio isto funcionará com uma economia nos eixos onde haja previsibilidade das taxas e, principalmente, da inflação”, ressalta.
Uma das notícias mais esperadas pelo setor arrozeiro era sobre as renegociações das dívidas, que foi anunciada pelo ministro da Agricultura Blairo Maggi, com uma linha de crédito por meio do BNDES com 12 anos para pagar e três anos de carência. Dornelles destaca que este foi um trabalho capitaneado pelo deputado federal Jerônimo Goergen (Progressistas-RS) e que vai beneficiar os produtores que precisam renegociar. Entretanto, a Federarroz alerta que as operações do BNDES exigirão garantias reais pelo prazo de pagamento. “O produtor deverá verificar as limitações que ele terá em relação a esta questão. Precisamos avaliar as garantias para podermos ter a dimensão do percentual de produtores que serão atingidos por esta disponibilidade de crédito”, conclui Dornelles
Foto: AgroEffective/Divulgação
Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective