Governo Sartori propõe 1,81% de reajuste no piso regional.Reposição abaixo da inflação

O governador José Ivo Sartori deve assinar nesta quinta-feira, o projeto que propõe 1,81% de reajuste no salário-mínimo regional. Em seguida, o texto vai ser protocolado na Assembleia Legislativa. Entretanto a matéria só deve ser apreciada depois da votação dos projetos que modificam a estrutura do Instituto de Previdência do Rio Grande do Sul (Ipergs) – que devem ser apreciados na próxima terça-feira, por estarem trancando a pauta do Parlamento.  O secretário de Governança – que mediou as negociações entre empresários e trabalhadores em duas reuniões no Palácio Piratini – explicou como o governo chegou ao percentual. “Os sindicalistas sempre defendem um índice superior à inflação. Os empresários, o fim do piso regional. Como não se chegou a um acordo, utilizamos o mesmo critério do ano passado: corrigir pelo índice usado pelo governo federal para reajustar o salário-mínimo regional”, justificou. Durante as negociações, as centrais sindicais pediram reajuste de 4,17% para as cinco faixas do piso regional.

Conforme o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese), Ricardo Franzoi, o cálculo para o reajuste foi feito assim: 2,07% correspondente à reposição da inflação, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado até dezembro de 2017; mais 2,06% correspondente à defasagem do reajuste aplicado ao salário-mínimo nacional nos últimos dois anos. Por outro lado, como em anos anteriores, as entidades empresariais defenderam a extinção do piso regional. Neste ano, um dos principais argumentos foi que a diferença em relação ao salário-mínimo nacional não se justifica, dada a situação de crise no Estado.

Em dezembro, a presidente da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Simone Leite (PP), defendeu reajuste de 1,78%, que é a variação do INPC na Região Metropolitana de Porto Alegre em 2017.

Hoje, a primeira faixa do piso salarial é de R$ 1.175,15. Se fosse atendido o reajuste pedido pelas entidades de classe (4,17%), a primeira faixa salarial passaria a R$ 1.224,15. Se fosse atendido o índice apontado pelo setor empresarial (1,78%), ficaria em R$ 1.196,06 em 2018. As outras quatro faixas salariais são, atualmente, de R$ 1.202,20, R$ 1.229,47, R$ 1.278,03 e R$ 1.489,24. Como o projeto vai ser votado depois da data-base (1 de fevereiro), Carlos Búrigo garantiu que o texto vai ser retroativo. Desde que foi instituído, em 2001, a correção do piso salarial foi sancionada atá a data-base apenas uma vez: em 2002.  Em 2003, o aumento foi oficializado um dia depois do prazo, segundo ficou acertado entre as partes.

 

Fonte Jornal do Comércio