O que fazer agora que a caderneta de poupança vai render só 0,39% ao mês

Com a queda da taxa Selic para 6,75% ao ano, a caderneta vai pagar um rendimento de 0,3855% ao mês – 0,39% com a aproximação de duas casas decimais. E, pelo que já sinalizou o Banco Central para a trajetória dos juros na economia, esse deverá ser o retorno a ser creditado ao aplicador em poupança por um bom tempo, talvez até o fim deste ano.

A sua remuneração equivale agora a 70% da Selic, portanto, enquanto a taxa básica ficar estacionada em 6,75%, a poupança vai pagar 4,73% ao ano, ou 0,39% ao mês. E a Selic só deve voltar a subir caso a inflação apresente uma alta acima de níveis desejados, porque, nesse contexto, as autoridades econômicas teriam de elevar as taxas para conter os preços.

Mas não é muito baixa essa rentabilidade? Para quem se acostumou a ter, pelo menos, os 0,5% de juros ao mês, o resultado nominal de agora parece cada vez mais magro, raquítico até. A primeira coisa a considerar é se o rendimento está sendo ou não suficiente para proteger o capital contra os efeitos corrosivos da inflação. Por exemplo, no ano passado, a inflação ficou em 2,95%. Para uma alta de preços dessa ordem, o rendimento de 4,73% da caderneta seria suficiente para repor as perdas da inflação e pagar um ganho real de 1,73%.

O mesmo se pode dizer em relação à inflação de janeiro deste ano que ficou em 0,29%, medida pelo IPCA. Diante dela, a remuneração mensal de 0,39% da caderneta também estaria devolvendo a inflação ao investidor e proporcionando um ganho real em torno de 0,10%.

A inflação é, portanto, um dos balizadores para o aplicador saber se está perdendo dinheiro, ou não. Daí a importância do acompanhamento mês a mês tanto da rentabilidade como dos indicadores de preços. O que se pode dizer é que por enquanto a caderneta, bem ou mal, está protegendo o capital do aplicador, ainda que com um rendimento mirrado.