Energia elétrica precária prejudica plantações gaúchas de arroz

Os produtores de arroz do Rio Grande do Sul têm convivido nos últimos meses com as mais variadas adversidades para conseguir produzir nesta safra. Depois do clima e preços, os problemas de energia elétrica também atrapalham a implantação das lavouras no Estado. A falta de luz e precariedade dos equipamentos tem sido um empecilho muito forte para que os arrozeiros mantenham as lavouras irrigadas e consigam fazer o correto manejo das plantas.
Produtor em Santa Vitória do Palmar, Marcio Silveira relata que a situação é crítica, pois falta luz e há a demora do restabelecimento devido a falta de equipes. “As redes de distribuição internas estão em péssimas condições de conservação. Temos visto que existem vários postes queimados, travessas queimadas, equipamentos reguladores de tensão estragados e bancos capacitores desligados”, explica.
Silveira destaca que a situação complica mais ainda porque não há como manter o nível de água nas lavouras, o que prejudica as plantas. “As plantações estão com grandes dificuldades de manter o nível da água e muitos produtorea acabam tendo prejudicados também os manejos de herbicidas e fertilizantes nitrogenados, pois com esta situação não estão conseguindo encher a lavoura”, observa.
Segundo o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, além do Brasil possuir uma tarifa consideravelmente superior aos demais competidores, há o agravante da bandeira vermelha, além do detalhe da qualidade do serviço entregue ao consumidor. “Inexiste manutenção preventiva nas redes de distribuição da concessionária CEEE e sequer equipes para atendimento na zona rural”, ressalta.
Dornelles enfatiza que os produtores de arroz, além de todas as desvantagens tributárias,  que oneram diretamente a produção, precisam conviver com uma entrega deficiente de energia elétrica que exige maiores manutenções pela queima de equipamentos e manejo inadequado de fertilizantes, como ureia e herbicida, inclusive com a necessidade de aplicações adicionais.
Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective