Divulgado nesta quinta-feira (4/12), o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz aponta que até 29 de novembro deste ano foram registrados no país 43,7 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), sendo que 82% ocorreram em crianças menores de dois anos. De acordo com a análise, a vacina contra o VSR, agora disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pode ser importante para a redução das internações pelo vírus em 2026.
“É fundamental que as gestantes, a partir da 28ª semana de gravidez, vacinem-se contra o VSR, garantindo que seus filhos fiquem protegidos. Grávidas fazem parte do grupo prioritário. A recomendação é tomar a dose única a cada gestação”, reforça a pesquisadora do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e do InfoGripe, Tatiana Portella.
A atual análise do InfoGripe é referente à Semana Epidemiológica (SE) 48, período de 23 a 29 de novembro. O InfoGripe é uma estratégia do SUS voltada ao monitoramento de casos de SRAG no Brasil. A iniciativa oferece suporte às vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para ações, preparações e resposta a eventos em saúde pública.
No cenário nacional, os casos de SRAG apresentam sinal de queda nas tendências de longo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Apenas os estados de Roraima e Rondônia apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas).
Em Roraima, o aumento de SRAG tem sido impulsionado pelo rinovírus, especialmente nas crianças e adolescentes, e pelo adenovírus nas crianças de até dois anos. Em Rondônia, o crescimento de SRAG ocorre na população idosa, porém ainda não há dados laboratoriais suficientes para determinar o vírus responsável.
Embora os casos graves por influenza A já tenham diminuído consideravelmente no Centro-Oeste e mostrem sinais de início de queda em boa parte do Sudeste e na Bahia, o vírus continua sendo a principal causa de SRAG entre jovens e adultos de 15 a 49 anos, além de permanecer como uma das principais causas de hospitalização por SRAG entre os idosos, junto com a Covid-19.
Estados e capitais
Sete estados contam com incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Sergipe.
“Apesar de não apresentarem tendência de aumento, a alta de SRAG nesses estados se concentra principalmente nas crianças e adolescentes de 2 até 14 anos e é causada por diversos vírus respiratórios, sendo o principal o rinovírus. Contudo, em alguns desses estados, a influenza A, o adenovírus, o metapneumovírus e o VSR também tem contribuído para essa alta”, observa a Portella.
A análise também verificou que três das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas), com sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a SE 48: Aracajú (Sergipe), Porto Velho (Rondônia) e Boa Vista (Roraima).
Ano epidemiológico
Em 2025, foram notificados 218.244 casos de SRAG, sendo 114.487 (52,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 80.878 (37,1%) negativos e ao menos 8.859 (4,1%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado.
Dentre os casos positivos do ano corrente, observou-se 38,2% para VSR; 29% para rinovírus; 23,1% para influenza A; 8,5% para Sars-CoV-2 (Covid-19); e 1,2% para influenza B. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 38,4% para rinovírus; 24,3% para influenza A; 13,8% de Sars-CoV-2 (Covid-19); 5,6% para VSR; e 2,5% para influenza B.
Referente aos óbitos de SRAG em 2025, já foram registrados 12.847 óbitos de SRAG, sendo 6.536 (50,9%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 5.118 (39,8%) negativos e ao menos 203 (1,6%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os óbitos positivos do ano corrente, observou-se 48,5% por influenza A; 24,1% por Sars-CoV-2 (Covid-19); 14,6% por rinovírus; 11,2% por VSR; e 1,8% por influenza B. Os óbitos nas últimas quatro semanas foram decorrentes em 40,1% de Sars-CoV-2 (Covid-19); 28,9% de influenza A; 16,2% de rinovírus; 3,6% de VSR; e 2,5% de influenza B.
Fonte Gov.Br

