O Laboratório de Síntese e Caracterização de Nanomateriais (LSCnano), existente desde 2015 no Campus Cachoeira do Sul da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), depositou, na última terça-feira, 25 de novembro, junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), por meio da Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia – PROINOVA/UFSM, o pedido de patente “MÉTODO DE APROVEITAMENTO DAS CASCAS DE NOZ-PECÃ PARA PRODUÇÃO DE COMBUSTÍVEIS SÓLIDOS” (Processo BR 10 2025 025818 8). A UFSM figura como depositante, tendo como inventores Jocenir Boita e Matheus Amancio Correa Neres. Idealizador da tecnologia e coordenador do LSCnano, o professor Jocenir Boita é físico experimental com ênfase em nanomateriais e atua na fronteira entre energias renováveis e reaproveitamento de resíduos. Esta corresponde a 10º patente de invenção do LSCnano.
A tecnologia descreve um processo de baixo custo para converter cascas de noz-pecã em biocombustíveis sólidos — briquetes, pellets e acendedores – com alto poder calorífico, destinados ao aquecimento residencial, industrial e ao acendimento de fornos, churrasqueiras e lareiras. O método envolve etapas de secagem, fragmentação, compactação e/ou impregnação das cascas, resultando em produtos padronizados, de elevada densidade energética e com potencial para substituir lenha e carvão mineral.
Além de agregar valor a um resíduo agroindustrial abundante na região, a invenção contribui para a redução de passivos ambientais, diminui a necessidade de disposição em aterros e fortalece a matriz energética renovável por meio de um produto competitivo frente a combustíveis fósseis e a outros biocombustíveis sólidos.
A linha de produtos resultante será comercialmente identificada sob a marca EcoPecã – Biocombustíveis Sólidos, ilustrada na imagem em anexo, que apresenta briquetes, pellets e acendedores. A patente reforça a vocação da UFSM, da PROINOVA e do LSCnano para a inovação em energias renováveis e abre espaço para parcerias com o setor produtivo visando à transferência de tecnologia e à futura implantação em escala industrial.

