Os sindicatos representantes dos servidores públicos municipais de Cachoeira do Sul — SIPROM e SIMCASUL — vêm a público manifestar o seu REPÚDIO à nota publicada pela CACISC na edição do dia 22.10.2025 no Jornal do Povo, onde manifesta seu apoio ao reparcelamento das dívidas previdenciárias do Município de Cachoeira do Sul.
Inobstante não ser da sua esfera de competência tal manifestação, o que por si só já chama a atenção, a CACISC ingressa em terreno perigoso, onde não possui qualquer conhecimento, uma vez que jamais participou das inúmeras reuniões sobre este tema, que é técnico e que atinge mais de 2000 servidores e suas famílias.
Resta a indagação, será que os empresários de Cachoeira foram consultados sobre o conteúdo desta nota? Ou foi confeccionada por poucos incautos sobre o tema, que hoje estão à frente da entidade empresarial?
Opinar onde não se tem conhecimento, é no mínimo desprestigiar as partes envolvidas, para dizer pouco.
O desconhecimento antes referido, vem exatamente da própria fala manifestada na nota, ora repudiada, onde a CACISC afirma: “…buscando sempre que o valor economizado seja aplicado de forma responsável”.
Afirmar que o Executivo Municipal economizará ao pagar 1 milhão a menos por mês de FAPS, é confessar a ignorância sobre o tema, é desconhecer que a dívida do FAPS atual supera 1 bilhão de reais. Assim, se reduzirmos o pagamento da dívida, ao contrário da infeliz frase anteriormente transcrita, estaremos a agravar a saúde financeira do Município, que não controlará jamais uma dívida que hoje cresce exponencialmente, e pode chegar no estágio do “não retorno”.
O cálculo atuarial com o impacto financeiro, face a redução no pagamento da dívida de mais de 1 milhão por mês (o valor correto passa de 1,4 milhão) a CACISC sabe de quanto será? A CACISC cobrou do Município este dado, ou apenas se arvorou a palpitar sobre área que desconhece profundamente?
Ignorar o pagamento do FAPS em dia, é como pregar o não pagamento por parte das empresas do INSS, quer da parcela do empregador quanto da parcela do empregado, maior sintoma de que uma empresa está na beira da falência.
Defender a redução do pagamento da dívida do FAPS, é desconhecer que despesas obrigatórias não são negociáveis, FAPS é para ser pago, portanto, o dinheiro do FAPS, ao contrário da infeliz nota publicada, não se mistura com outros investimentos. Na contabilidade esta matéria se revela solar, quando aprendemos que, não se coloca no mesmo pote, despesas obrigatórias com investimentos, não se mistura custeio da máquina pública com melhorias.
Preocupa os sindicatos o futuro do FAPS porque sem ele não teremos aposentadorias e pensões dos servidores, portanto, as vendas das empresas locais reduzirá drasticamente, o que por certo, será ruim para todos.
Será que a CACISC olvidou-se do fato de que são os servidores que alimentam o comércio local?
E a falta de diálogo do Executivo Municipal com os servidores acerca de assunto da maior relevância e que impactam suas vidas de forma importante, a CACISC está preocupada também?
Temas caros ao Município com sonegação fiscal e o aumento da informalidade preocupam a CACISC? Estes temas poderiam auxiliar no aumento da arrecadação sobremaneira, porém, hoje não são debatidos pela CACISC, pelo menos não publicamente.
O equilíbrio das contas públicas, tão propalado na infeliz nota veiculada, se alcança com o respeito ao pagamento das despesas obrigatórias e recorrentes, onde o FAPS é uma delas, não podendo se admitir que uma entidade de classe empresarial defenda o aumento de uma dívida previdenciária, invadindo certame que sequer domina.
Tampouco é insensato, conforme sugere a infeliz nota publicada pela CACISC, aquele que cuida e zela pelo pagamento da sua previdência. O FAPS é o único responsável hoje pelo pagamento de pensionistas e aposentados do nosso Município.
Será que a CACISC sabe que, se não fosse o FAPS, e os valores que nele temos hoje, quiçá, muitos aposentados e pensionistas estariam sem receber os seus benefícios. Esta afirmação não é leviana, encontra guarida, no fato de na metade do ano passado, quando o governo anterior parou de recolher o FAPS em dia, quem garantiu o pagamento dos aposentados e pensionistas foi o FAPS.
Os sindicatos não viram a CACISC preocupada no governo anterior quando este não pagava o FAPS dos servidores. Será que a CACISC despreza os servidores e suas famílias?
Procrastinar o pagamento de uma dívida, não deveria ser bandeira de luta de uma entidade empresarial, afinal, quem vende e não recebe quebra, e é esta “quebra” que os Sindicatos querem evitar, conscientizando os governos que pagamento do FAPS é algo sagrado, é despesa recorrente e obrigatória, não sendo crível de ser negociada e ou parcelada.
Por fim, os sindicatos signatários expressam o seu repúdio, a uma entidade de classe se prestar a dizer tamanhas inverdades, fruto da ignorância profunda sobre o tema, confessadas na nota publicada, querendo acreditar que as empresas locais, através da sua entidade de classe, não são inimigas dos servidores públicos municipais.
Rogamos que as luzes do conhecimento pairem sobre a CACISC, já que a ignorância não é uma opção a ser trilhada.
Na condição de guardião permanente dos servidores públicos municipais é que nos despedimos, lamentando profundamente mais uma vez a nota publicada.
SIPROM – Sindicato dos Professores Municipais de Cachoeira do Sul
SIMCASUL – Sindicato dos Funcionários Municipais de Cachoeira do Sul

