Fepam interdita operação da Pradozen em Cachoeira, devido a chorume e forte odor
A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) determinou a interdição das operações da empresa Pradozem Comércio, Serviços e Transportes Ltda, em Cachoeira do Sul, “enquanto não foram tomadas medidas, que impeçam o despejo de chorume em via pública”.
Na notificação, assinada pela engenheira agrônoma Renata de Baco Hartmann, da Fepam, com data desta quinta-feira (5), a Fundação salienta que “está vedada operação da safra 2025/2026 enquanto os silos não estiverem completamente desobstruídos e livres de material em decomposição”.
A informação foi confirmada pelo secretário municipal de Meio Ambiente, André Mateus Silveira, em entrevista na manhã desta quarta-feira (6) no programa Rádio Repórter, da Rádio Fandango 102.5 FM.
Na notificação, a Fepam salienta que “considerando a constatação, durante visita técnica, de que houve escoamento de chorume para a via pública e para a área urbana densamente ocupada por residências, este órgão ambiental determina que sejam adotadas , de forma imediata, medidas para impedir qualquer escoamento superficial do referido efluente, bem como fica vedada a utilização da rede de drenagem pluvial para seu descarte”.
Também é observado que “para tanto, a empresa deverá apresentar no prazo mínimo de dez dias corridos, solução técnica adequada e eficaz para a contenção e destinação ambientalmente segura do chorume, em conformidade com a legislação ambientel vigente”.
A Fepam também exige que “a empresa terá que apresentar , no mesmo prazo, cronograma detalhado de execução para a remoção integral dos grãos deteriorados atualmente armazenados nos silos. O cronograma deverá prever a conclusão das atividades em até 120 dias corridos, sendo expressamente vedada a operação da safra2025/2026 enquanto os silos não estiverem completamente desobstruídos e livres do material em decomposição”.
A notificação ainda exige que “a empresa deverá informar o destino final dos grãos removidos, assegurando que o local de destinação esteja devidamente licenciado e que a integridade ambiental da área receptora seja plenamente garantida”.
O chorume – um líquido escuro, viscoso, de cheiro forte e muito desagradável – indignava os moradores da Rua Morom, onde a Pradozem está está estabelecida. Há algum tempo, as famílias reclamavam porque o chorume saía no meio fio da calçada e se dirigia para o Rio Jacuí.
Foram feitas várias tratativas com a pasta do Meio Ambiente sobre a situação. O mau cheiro em determinados dias era percebido no Hospital de Caridade e Beneficência (HCB), que fica nas proximidades da Pradozem, além de moradores da Rua Saldanha Marinho e Bairro Aldeia.
O aposentado Luiz Bittencourt foi quem constantemente protestou. “Questão grave de saúde pública”, afirmou para a reportagem do Portal O Correio em janeiro deste ano. Além disso, considerava “uma vergonha o que estava acontecendo”.
EMPRESA NÃO SE MANIFESTOU
Desde a notificação da Fepam, a empresa Pradozem que está em Cachoeira do Sul desde 2019, quando adquiriu complexo da Cesa, às margens do Rio Jacuí, não se manifestou. Até o fechamento da matéria, nem uma nota foi divulgada.
com informações Cacau Moraes