Valores pagos em ações judiciais que deveriam ter sido liberados para credores foram parar em contas de uma servidora do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS). O Ministério Público (MP) denunciou Luana Gabriela Bartz Scheffel pelo desvio de R$ 1.062.290,38 por meio de alvarás judiciais. Na época dos fatos, a servidora era oficial ajudante designada para o cargo de escrivã da 2ª Vara Cível de Santa Cruz do Sul. Os crimes pelos quais ela é acusada são peculato, que é quando um servidor público se apropria de ou desvia bens, em benefício próprio ou de terceiros, e inserção de dados falsos em sistemas de informação.
De acordo com as investigações conduzidas pela Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre e compartilhada com a Promotoria de Santa Cruz do Sul, Luana se valia do cargo e das liberações de acessos para inserir dados falsos no sistema e conseguir que valores depositados em processos de outros cartórios fossem transferidos para os do cartório que ela tinha o controle.
Isso teria ocorrido entre setembro de 2014 e março de 2017. Feita essa etapa da fraude, conforme o Ministério Público, ela inseria os números das contas dela, da mãe e de uma loja que ela é sócia para a transferências do dinheiro. Foram pelo menos 30 transferências, com valores entre R$ 18 e R$ 155.170,18.
Ainda conforme a acusação, Luana fez outras dezenas de inserções de dados falsos, mas nestes casos não houve o saque ou a transferências de valores. O Ministério Público afirma na denúncia que os juízes que assinaram os alvarás foram induzidos a erro nos casos investigados.
Logo após os desvios, a servidora pediu exoneração do cargo concursado de oficial ajudante do Judiciário gaúcho.
fonte Gaúcha/ZH

