Preços do arroz não devem retornar a patamares baixos tão cedo

O preço do arroz mudou de patamar e não deve voltar a níveis baixos tão cedo. A afirmação foi feita pelo consultor e analista , Gabriel Viana, durante a Live de SAFRAS no Instagram desta sexta-feira. “Dificilmente teremos preços baixos nas próximas temporadas, como a saca de 50 quilos a R$ 40,00, como vimos ainda neste primeiro semestre”, aposta. “De qualquer forma, o pico de preços já deve ter sido atingido”, ressalta.

Uma série de fatores tem mantido os preços do cereal elevados, como dólar alto frente ao real, estoques curtos e aquecimento da demanda desde que foi declarada a pandemia do novo coronavírus. “E devemos encerrar esta temporada com estoques baixos. Assim, mesmo quando começar a entrar a próxima safra, a saca deve se manter acima de R$ 70/R$ 80”, prevê o analista.

Quanto a isenção da TEC para 400 mil toneladas até o final do ano, Viana destaca que a medida segurou a alta nos preços, mas não chega a reduzir significativamente as cotações. “Serve mais para aumentar a liquidez do mercado, quando começar a entrar o produto importado sem TEC a partir do final de outubro”, explica.

Uma das principais origens de arroz importado sem TEC deve ser os Estados Unidos, que já exportou cerca de 70 mil toneladas ao Brasil. “E devem vender mais 50 mil toneladas para nós, conforme adida do USDA (Departamento de Agricultura norte-americano)”, relata o analista.

Quanto a rentabilidade, mesmo que seja menor, Viana acredita que o aumento da área vai compensar esta perda. Para 2020/21, SAFRAS & Mercado aposta em área plantada com arroz no Brasil em 1,783 milhão de hectares, aumento de cerca de 5% ante 1,696 milhão de hectares na anterior.

Rodrigo Ramos / Agência SAFRAS