Arroz mantém rotina de alta e saca gaúcha chega a R$ 75

O arroz em casca segue a sua escalada no Brasil. No Rio Grande do Sul, principal estado produtor, a saca de 50 quilos tinha média de R$ 75,00 no dia 13 de agosto, ante R$ 70,05 por saca no dia 6 de agosto. Em 30 dias, a alta acumulada era de 17,98%. Frente ao mesmo período do ano anterior, a elevação chegava a 73,84%.

Desde o início do ano, o mercado vem encontrando sustentação. Em janeiro e fevereiro, pesava positivamente os estoques enxutos do cereal. A partir de meados de março, apesar do avanço da colheita no Brasil, o suporte veio da pandemia do novo coronavírus, com uma corrida da população aos supermercados para estocar o grão. Agora, com a demanda voltando a patamares considerados normais, o dólar elevado garante a rotina de ganhos.

Com a cotação da moeda norte-americana próxima de R$ 5,40, as importações, tão necessárias nesta temporada, ficam encarecidas. Enquanto as exportações seguem em bom ritmo, diante da boa competitividade do arroz brasileiro no mercado internacional. “Se o dólar baixar até o final do ano, as compras no exterior vão disparar”, aposta o consultor e analista de SAFRAS & Mercado, Gabriel Viana

Para o analista, o preço do arroz em casca pago ao produtor pode estar chegando no limite de alta. “O preço ao produtor gaúcho deve chegar, no máximo, a R$ 80 ou R$ 85 por saca”, prevê. De qualquer forma, o analista não acredita numa queda brusca nos preços. “As cotações podem se estabilizar, mas em patamares firmes e elevados”, pondera. Os fatores de suporte são muitos: estoques de passagem baixos, quebra na safra brasileira, demanda por coronavírus e dólar.

Rodrigo Ramos  / Agência SAFRAS