Dólar garante melhora pontual nos negócios com soja no Brasil na semana

O mercado brasileiro de soja teve preços mistos e uma melhora pontual no ritmo dos negócios. O dólar próximo de R$ 4,00 garantiu alguns períodos de aceleração na comercialização. Mas uma recuperação nos preços foi prejudicada pelas perdas acumuladas na Bolsa de Chicago.

Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 72,00 para R$ 73,50 na semana. No mesmo período, a cotação baixou de R$ 71,50 para R$ 70,50 em Cascavel (PR). Em Paranaguá, o preço baixou de R$ 77,00 para R$ 75,50.

Em Rondonópolis (MT), o preço caiu de R$ 68,50 para R$ 67,00. Em Dourados (MS), a saca subiu de R$ 69,00 para R$ 69,50. Em Rio Verde (GO), a cotação baixou de R$ 69,00 para R$ 67,00.

Os contratos futuros apresentaram desvalorização de 2,4% no período na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT). A posição julho iniciou a semana a US$ 8,94 ¼ e encerrou a quinta na casa de US$ 8,72 ¾ por bushel. O desequilíbrio no cenário fundamental mantém as cotações sob pressão.

Em consequência dos efeitos do surto de febre suína, a demanda chinesa por farelo de soja caiu drasticamente, com reflexo sobre a procura pelo grão no mercado internacional. As compras de soja americana são ainda mais prejudicadas pela indefinição em torno do acordo entre Estados Unidos e China em busca de uma solução comercial.

Em contrapartida, a safra sul-americana deverá ser maior que a esperada. No Brasil, os feitos do clima não foram tão negativos quanto se previa. Para completar, a produção argentina se recupera bem. Nos Estados Unidos, o plantio teve início e a expectativa é de que a área deverá ficar acima do projetado inicialmente, com maior transferência de acres do milho para a oleaginosa.

O efeito negativo de Chicago foi compensado em parte pela firmeza do dólar frente ao real. O dólar comercial subiu 0,6% no período, encerrando a quinta na casa de R$ 3,956, após ter rompido a barreira de R$ 4,00. A elevação seguiu o desempenho da moeda americana no exterior e também as indefinições e a dificuldade de tramitação da reforma da Previdência no Congresso.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS