Em coletiva Reitoria da UFSM divulga números sobre o orçamento de 2019
Para esclarecer dúvidas sobre as alterações no orçamento e como a Universidade pretende trabalhar neste ano, a equipe de gestão fez uma apresentação e concedeu entrevista coletiva à imprensa na manhã desta quarta-feira (23), na Sala dos Conselhos, no prédio da Reitoria. Participaram o reitor, Paulo Burmann, o vice-reitor, Luciano Schuch, pró-reitores e diretores de Unidades Universitárias.
Em 2018 o orçamento geral da Instituição foi de R$ 1,186 bilhão, mantendo a tendência de crescimento ano a ano – em 2008, por exemplo, o valor foi de R$ 492,33 milhões. Do total de R$ 1,186 bilhão, 84% foi para pessoal, 10% para custeio, 3% para investimentos e 3% para benefícios de pessoal.
Porém, o único aumento no ano foi para as despesas de pessoal, que pularam de R$ 962,58 milhões em 2017 para R$ 1,003 bilhão no ano passado. Em relação a custeio (R$ 118,62 mi) e investimento (R$ 31,88 mi), houve uma leve queda em relação a 2017 – em investimento, especificamente, os valores caíram muito após 2013, ano em que o valor chegou a R$ 48,49 milhões (os números detalhados estão disponíveis para consulta no site www.ufsm.br/proplan, em “Esclarecimentos de orçamento”).
Agora, a tendência é de novo recuo. A LOA prevê para a UFSM, neste ano, uma redução de 60% sobre o valor executado de capital de 2018 (a previsão para 2019 é de R$ 12,92 milhões, enquanto no ano passado foram R$ 31,88 milhões empenhados) – os valores consideram também os Termos de Execução Descentralizados (TEDs), instrumentos de execução de recursos orçamentários de forma descentralizada entre órgãos federais, liberados por meio de muito empenho de lideranças.
O valor previsto para investimento representa somente 1% do total. Para custeio, está previsto crescimento de 8,3% sobre o valor do ano passado, chegando a R$ 130,04 milhões (11%), enquanto para pessoal e benefícios, o valor previsto é de R$ 1,047 bilhões (88% do total).
Burmann observou que as dificuldades enfrentadas pela UFSM a partir de 2014, num momento de consolidação da expansão da Instituição, com expressivo aumento no número de alunos a partir do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), levaram a um esforço coletivo no sentido de dar conta da demanda em ensino, pesquisa e extensão, o que foi possível graças à ampliação de esforços e à racionalização de estruturas. “A sustentabilidade orçamentária vem sendo atingida graças ao empenho de todos”, afirmou, citando a contribuição de toda a comunidade acadêmica.
Ressaltou que “não há obra parada por falta de recurso na UFSM, e nem houve desde 2014”, o que foi possível devido à administração eficiente, com definição de prioridades e de ritmo de obras.
Esforço redobrado em 2019
A perspectiva para este ano é de esforço redobrado, mesmo que o aporte de recursos venha a ser
Da mesma forma, assegurou que não há risco de prejuízo na moradia estudantil e nos Restaurantes Universitários. Se for preciso, serão feitos ajustes, como por exemplo o já adotado agendamento obrigatório de refeições, que visa à redução de desperdício. Porém, estes ajustes serão no sentido de inserir mais beneficiados. “Vamos focar neste grupo que mais precisa”, garantiu.
O corte de cursos e vagas também foi descartado. O que pode haver é uma readequação em cursos com demanda muito reduzida. O foco é o preenchimento de vagas. O vice-reitor, Luciano Schuch, observou que a UFSM vem aumentando as vagas – só na pós-graduação, são oito novos cursos aprovados recentemente.
Em relação a custeio, a partir dos valores previstos – apenas um duodécimo do total já foi liberado –, deverá haver um plano de contingenciamento interno, de forma a evitar, por exemplo, a inadimplência com terceirizados. No que se refere a encargos, conforme o reitor, a Universidade vem tentando estabelecer um padrão de responsabilidade fiscal, reduzindo as despesas em itens como vigilância, limpeza e energia elétrica. Estratégias como a criação do Comitê de Energia Elétrica vêm contribuindo neste sentido, assim como a conscientização e colaboração de toda a comunidade acadêmica.
Indicadores positivos, mesmo com a crise
Apesar das constantes reduções orçamentárias nos últimos anos, a UFSM tem tido indicadores positivos. Burmann citou rankings em que a Universidade aparece com boas colocações. No CWUR – World University Rankings, além de estar entre as mil melhores instituições mundiais, aparece como 19ª entre 68 nacionais.
No ranking Times Higher Education (THE) – World University Rankings está na faixa 301 a 350, entre 378 universidades avaliadas de economias emergentes, e entre a 51ª e a 60ª de 129 latino-americanas. Já no QS – World University Rankings, a UFSM ocupa a 9ª colocação entre as universidades federais brasileiras e na faixa entre 801 e 1.000 entre instituições mundiais na edição 2019.
Em relação ao Índice Geral de Cursos (IGC) do Inep, em sua última avaliação, de 2017, a UFSM aparecia como a 14ª entre as universidades federais, com nota 3,86 (conceito 4), maior que nos dois levantamentos anteriores. A meta para 2021 é atingir nota 3,95, o que garantiria à Instituição conceito 5. “Em 2021 estaremos entre as universidades de excelência do país”, projetou o reitor, observando que o crescimento da Instituição no IGC vem sendo lento, mas expressivo.
Números do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) também foram destacados pelo reitor em sua apresentação inicial. A receita total (recursos de custeio e capital) do Husm em 2018 foi de R$ 87,67 milhões. Com atendimento 100% SUS, o hospital é referência em média e alta complexidade e pronto socorro para uma população de mais de um milhão de pessoas, de 45 municípios. Sobrecarregado, o Husm não viu seu orçamento acompanhar seu crescimento na mesma proporção.
Burmann relatou que, além de marcar presença em Brasília, a intenção é fortalecer relações também com os governos municipal e estadual. Neste sentido, deverá ocorrer em breve uma reunião com o governador, Eduardo Leite. Na pauta estará também o Hospital Regional, que pode ajudar a desafogar o Hospital Universitário.
Como é composto o orçamento da UFSM
Custeio: recursos aplicados nas despesas com contratos de prestação de serviços, aquisição de materiais de consumo, diárias, passagens, bolsas e benefícios aos estudantes. Exemplos: água, energia, serviço de vigilância, etc.
Capital: conhecidos como investimento, são recursos aplicados no patrimônio, tais como obras, construções, instalações e aquisição de equipamentos e materiais permanentes, que são incorporados à universidade.