Seminário América do Sul na Era Nuclear tem início na UFSM

Iniciou nesta segunda-feira (20) o Seminário Internacional América do Sul na Era Nuclear: riscos, desafios e perspectivas. O evento é promovido pela UFSM e pela entidade não-governamental Conferências Pugwash sobre Ciência e Assuntos Internacionais e tem como objetivo debater os usos da energia nuclear. A programação segue até a manhã de terça-feira (21) no Centro de Convenções do Campus Sede da Universidade.

Participaram da abertura oficial do evento o reitor da UFSM, professor Paulo Afonso Burmann; o embaixador brasileiro e presidente da Pugwash Internacional, Sérgio de Queiroz Duarte; o reitor da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), professor Marco Antonio Fontoura Hansen; o contra-almirante Noriaki Wada, representante do Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; a oficial de Planejamento e Avaliação da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC), Sonia Fernández Moreno; o representante da Brasil Soka Gakkai Internacional, professor José Neri Gottfried Paniz; e o coordenador geral do evento, professor Júlio Cesar Cossio Rodriguez.

Com o Centro de Convenções lotado, o coordenador Júlio Rodriguez deu as boas-vindas ao público e ressaltou a importância da realização do evento em Santa Maria, com a participação de especialistas brasileiros e de países vizinhos, para o avanço das pesquisas em torno dos usos da energia nuclear. “A América do Sul é um exemplo de como solucionar pacificamente controvérsias relacionadas ao tema, por exemplo, das armas nucleares”, destacou Rodriguez.

Na sequência, a Oficial de Planejamento e Avaliação da ABACC, Sonia Fernández Moreno, falou sobre a importância da parceria entre os países latino-americanos para difundir o uso pacífico da energia nuclear. O reitor da Unipampa, professor Marco Antonio Fontoura Hansen, destacou o apoio da instituição ao evento e mencionou a importância da pesquisa e do incentivo à ciência para combater ações bélicas.

O contra-almirante Noriaki Wada citou os desafios e perspectivas futuras para o papel da energia nuclear em diversas áreas de pesquisa, desde a produção energética e a radiação para alimentos até o uso para fins médicos. Noriaki também mencionou a criação do Reator Multipropósito Brasileiro: “O Reator vai tentar corrigir uma perversidade social. Dados estatísticos mostram que só 25% da população brasileira tem acesso à medicina nuclear”. Segundo o contra-almirante, a longo prazo, esse acesso deve se tornar mais amplo.

O presidente da Pugwash, Sérgio de Queiroz Duarte, lembrou que os países da América Latina e Caribe foram pioneiros na renúncia à aquisição e ao uso de armas nucleares, com o Tratado de Tlatelolco assinado em 1967. Atualmente, a região é uma das cinco zonas livres de armas nucleares no mundo. Queiroz falou também sobre a parceria entre a Pugwash e a UFSM na busca pela reflexão sobre os problemas relacionados ao uso da energia nuclear para finalidades pacíficas e para o  entendimento entre as nações: “Tenho certeza que este Seminário vai reforçar o compromisso da Universidade Federal de Santa Maria com a promoção da paz e o uso pacífico da energia nuclear, e inspirar os jovens pesquisadores deste e de outros países a participar desse esforço.”

No encerramento da abertura oficial do evento, o reitor da UFSM, Paulo Afonso Burmann, afirmou que o Seminário é um dos mais importantes da história da Universidade e que as discussões devem contribuir de maneira positiva para Santa Maria e para o Brasil. Burmann disse ainda que, ao sediar o evento, a UFSM põe em prática seu papel na propulsão do conhecimento: “A universidade deve ser proativa e positivamente liderar debates de assuntos de interesse da sociedade”, destacou o reitor.